Para o presidente da Embrapa, o novo texto do Código Florestal tem um viés ideológico e não tem um embasamento técnico sobre os impactos no campo. Ele chama a atenção para a necessidade de o País avançar no atual texto para evitar novos desmatamentos das florestas. "Hoje o Brasil já tem área suficiente para ser o celeiro agrícola do mundo", disse.
Com opinião semelhante, José Antonio Aleixo, secretario da SBPC e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, voltou a criticar o texto do Código por não considerar o papel da Ciência. "Há muita política investida no Código Florestal", reitera Aleixo, que coordenou a conferência sobre Cerrado: Água, alimento, energia e pesquisa agropecuária, no primeiro dia da 63a Reunião Anual da SBPC, em Goiânia, ontem (11).
A SBPC enviou nos últimos dias uma carta ao Senado Feral em que pede que o novo texto do Código Florestal seja avaliado pela Comissão de Ciência e Tecnologia (C&T) da casa. Em março, a SBPC já havia divulgado um estudo em que mostra os impactos do texto do Código Florestal. "As mudanças propostas não atendem a realidade brasileira a longo prazo nem ao agronegócio, nem ao Meio Ambiente. Se alguém perde é o País", disse Aleixo.
(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)