Agência FAPESP - 08/01/2007
Na reunião anual da União Geofísica Norte-Americana, Chuang propôs um modelo teórico para a formação em nuvens quentes, como as responsáveis pelas chuvas de verão - ou também na primavera, como acontece atualmente no Brasil.
Segundo o pesquisador, trata-se de um processo muito complexo. A condensação de vapor de água nas nuvens cria gotículas de água, de 10 a 20 mícrons de diâmetro - menores do que a espessura de um fio de cabelo. Essas gotas minúsculas são pequenas demais para cair como chuva, cujas gotas têm cerca de 1 milímetro (mil mícrons) de diâmetro e são 1 milhão de vezes mais pesadas.
Para que as gotículas se transformem em gotas, elas colidem e se agrupam umas com as outras. Quando os cientistas simularam o processo em computadores, gotas de chuva foram criadas entre uma e duas horas depois do início das colisões. No mundo real, o resultado ocorre muito mais rapidamente, em menos de 15 minutos.
Segundo Chuang, gotículas com mais de 55 mícrons são grandes e pesadas o suficiente para caírem pela nuvem, fundindo-se com outras em alta velocidade. Mas o enigma é como gotículas de 10 a 20 mícrons se transformam em outras com mais de 55 mícrons.
A explicação proposta pela equipe de Chuang é uma mistura de dois fatores: aumento da turbulência e um processo promovido quando o ar quente se mistura com a umidade nas extremidades das nuvens. A conclusão foi possível depois de análises feitas a partir de instrumentos instalados em asas de aviões, em vôos realizados sobre ilhas do Caribe, no início de 2005.
De acordo com Chuang, o estudo pode ajudar na formação de modelos climáticos mais eficientes.