quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Nordeste e as mudanças climáticas

Especiais 27/7/2010
Por Fabio Reynol, de Natal (RN)
O Nordeste e as mudanças climáticas Pesquisador do Inpe destaca que região é uma das mais vulneráveis às mudanças globais no clima. Além da expansão da seca, deverá sofrer com alterações nos níveis dos oceanos (Nasa)

Agência FAPESP – O primeiro quadrimestre de 2010 foi o mais quente já registrado, de acordo com dados de satélite da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), dos Estados Unidos.
No Brasil, a situação não foi diferente. Entre 1980 e 2005, as temperaturas máximas medidas no Estado de Pernambuco, por exemplo, subiram 3ºC. Modelos climáticos apontam que, nesse ritmo, o número de dias ininterruptos de estiagem irá aumentar e envolver uma faixa que vai do norte do Nordeste do país até o Amapá, na região Amazônica.
Os dados foram apresentados pelo pesquisador Paulo Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), durante a 62ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que começou no domingo (25) e vai até a sexta-feira (30), em Natal, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Além da expansão da seca, o pesquisador frisou que o Nordeste deverá sofrer também com as alterações nos oceanos, cujos níveis vêm subindo devido ao aumento da temperatura do planeta. Isso ocorre não somente pelo derretimento das geleiras, mas também devido à expansão natural da água quando aquecida.
Cidades que possuem relevos mais baixos, como Recife (PE), sentirão mais o aumento do nível dos oceanos. E Nobre alerta que a capital pernambucana já está sofrendo as alterações no clima. “Com o aumento do volume de chuva, Recife tem inundado com mais facilidade, pois não possui uma rede de drenagem pluvial adequada para um volume maior”, disse.
Um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento da região Nordeste seria a constante associação entre seca e pobreza. A pobreza, segundo o pesquisador, vem de atividades não apropriadas ao clima local e que vêm sendo praticadas ao longo dos anos na região. Plantações de milho e feijão e outras culturas praticadas no Nordeste não são bem-sucedidas por não serem adequadas à caatinga, segundo Nobre.
“A agricultura de subsistência é difícil hoje e ficará inviável em breve. Para que o sertanejo prospere, teremos que mudar sua atividade econômica”, disse.
O cientista citou um estudo feito na Universidade Federal de Minas Gerais e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que indicou que o desemprego no Nordeste tenderá a aumentar caso as atividades econômicas praticadas no interior continuem.
Nobre sugere a instalação de usinas de energia solar como alternativa. “A Europa está investindo US$ 495 bilhões em produção de energia captada de raios solares a partir do deserto do Saara, no norte da África. O mercado de energia solar tem o Brasil como um de seus potenciais produtores devido à sua localização geográfica e clima, e o Nordeste é a região mais adequada a receber essas usinas”, indicou.
“Ficar sem chuva durante longos períodos é motivo de comemoração para um produtor de energia solar”, disse Nobre, que ressaltou a importância dessa fonte energética na mitigação do aquecimento, pois, além de não liberar carbono, ainda economiza custos de transmissão por ser produzida localmente.

Mais eventos extremos
O potencial do Nordeste para a geração de energia eólica também foi destacado pelo pesquisador do Inpe. Devido aos ventos alísios que sopram do oceano Atlântico, o Nordeste tem em seu litoral um constante fluxo de vento que poderia alimentar uma vasta rede de turbinas.
Além da economia, Nobre chamou a atenção para as atividades que visam a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, que seriam importantes também para o Nordeste. “Os efeitos dessas mudanças são locais e cada lugar as sofre de um modo diferente”, disse.
Um dos efeitos dessas alterações é o aumento dos eventos extremos como tempestades, furacões e tsunamis. Em Pernambuco, as chuvas de volume superior a 100 milímetros em um período de 24 horas aumentaram em quantidade nos últimos anos.
“Isso é terrível, pois as culturas agrícolas precisam de uma precipitação regular. Uma chuva intensa e rápida leva os nutrientes da terra, não alimenta os aquíferos e ainda provoca assoreamento dos rios, reduzindo ainda mais a capacidade de armazenamento dos açudes”, disse.
Nobre propõe que os governos dos Estados do Nordeste poderiam empregar ex-agricultores sertanejos em projetos de reflorestamento da caatinga com espécies nativas. A reconstrução dessa vegetação e das matas ciliares ajudaria a proteger o ecossistema das alterações climáticas e ainda contribuiria para mitigá-las.
O cientista defendeu também o acesso à educação de qualidade a toda a população, uma vez que a porção mais afetada é aquela que menos tem acesso a recursos financeiros e educacionais.
A implantação de uma indústria de fruticultura para exportação é outra sugestão de Nobre para preparar o Nordeste para as mudanças no clima e que poderia fortalecer a sua economia.
“A relação seca-pobreza é um ciclo vicioso de escravidão e que precisa ser rompido. Isso se manterá enquanto nossas crianças não souberem ler, não aprenderem inglês ou não conseguirem programar um celular, por exemplo”, disse.

terça-feira, 20 de julho de 2010

“Crescimento se tornou antieconômico”, diz Herman Daly, pai da economia ecológica

Famoso por suas ideias consideradas exóticas, economista defende um mundo sem crescimento

Por Edson Porto

 Joy Hecht
Herman Daly
Quando o economista Herman Daly foi contratado para trabalhar na área de meio ambiente do Banco Mundial, no final dos anos 80, a escolha surpreendeu quem o conhecia. Desde o início da carreira, Daly defendeu ideias tidas como, no mínimo, exóticas pela maioria de seus colegas de profissão. Para ele, era fundamental entender a relação da economia com o mundo físico e com a ecologia, o que não parecia caber em uma instituição tão tradicional como o banco.
Parte de suas ideias surgiu do contado de Daly com o professor Nicholas Georgescu-Roegen, o primeiro economista a dizer que a economia não poderia ser vista como um sistema isolado e deveria absorver conceitos da física no seu estudo. Vivendo em um mundo de alto crescimento e baixa preocupação ecológica, ao apresentar suas teses Georgescu-Roegen passou de economista brilhante a profissional esotérico. Acabou a vida isolado e ressentido.
Daly, porém, deu mais sorte. Apesar de visto com desconfiança por muitos colegas, ele desenvolveu seu trabalho em um período em que as questões ambientais tornaram-se muito mais relevantes do ponto de vista intelectual e político. Como resultado, virou o pai da economia ecológica, uma linha de estudo econômico que com o tempo tem ganhado cada vez mais espaço e respeito. Daly ficou seis anos no Banco Mundial e, depois, retomou a carreira acadêmica. Hoje é professor da Universidade de Maryland, em Washington. Nesta entrevista, concedida por telefone, o economista fala de suas ideias e propostas econômicas incomuns.

Época NEGÓCIOS - O senhor começou a falar de economia ecológica e dos limites do crescimento há 40 anos. Quanto a visão sobre esse assunto mudou?

Herman Daly - Devo dizer que os resultados são um pouco contraditórios. Quando você olha para a influência que tivemos, nós da economia ecológica, nos padrões da profissão econômica, vemos que ainda somos muito marginais. De outro lado, se você olha para o mundo intelectual mais amplo, para os ecologistas, os cientistas físicos, os cientistas do clima e mesmo alguns políticos, daí vemos que ganhamos muito mais influência e atenção. Na verdade, acredito que os economistas neoclássicos é que estão começando a ficar marginalizados em meio à comunidade intelectual como um todo.

Mas o senhor vê alguma mudança na postura dos economistas mais ortodoxos?

De certa forma sim, porque as pessoas estão vendo com mais clareza as consequências da mentalidade do crescimento ilimitado. A economia de cada nação está limitada pelo seu pedaço na biosfera, mas elas ainda estão tentando crescer além disso, passando para o espaço ecológico de outros países. Essa é a mentalidade da globalização, que está agora chegando aos seus limites. Creio que essas ideias estão ganhando atenção por que de forma crescente elas parecem mais congruentes do que o crescimento para sempre. Claro que para os políticos, e para muitos economistas, ainda é venenoso falar sobre os limites ao crescimento.

Muitos dos seus críticos dizem que, no passado, teses sobre os limites do crescimento se mostraram falsas porque subestimaram o poder da tecnologia e da inovação. O que o senhor responde a isso?

Vamos tomar como exemplos aqui a questão do fim do petróleo e do aquecimento global. Por um lado, temos o problema do fim de um recurso natural não-renovável que é muito importante e, de outro, um problema causado justamente pelo uso desse recurso. A medida correta nesse caso é taxar pesadamente os combustíveis fósseis e usar essa renda na direção das energias renováveis e da distribuição de riqueza. Ou seja, vamos dar à tecnologia cada incentivo possível para resolver nossos problemas. Minha resposta para os economistas é que eu espero que eles estejam certos e, se eles estiverem, todos nós vamos comemorar. Mas precisamos induzir as mudanças que eles acreditam serem tão fáceis ou naturais, porque, se estiverem errados, pelo menos vamos ganhar tempo para trabalhar nos ajustes econômicos fundamentais.

Alguns economistas dizem que os problemas dos limites naturais se resolvem pelo aumento dos preços. Quando um recurso fica mais caro, desenvolvemos tecnologias para usá-lo melhor ou substituí-lo...

Os preços de recursos escassos vão eventualmente subir, mas o mercado é muito míope. Só quando as coisas ficam realmente problemáticas é que os preços sobem. Por isso, é mais interessante subir alguns preços artificialmente, com impostos, para induzir as mudanças técnicas. Além disso, precisamos induzir as soluções corretas. As tecnologias que estão sendo desenvolvidas para manter o sistema andando são extremamente perigosas. Estamos nos voltando para energia nuclear, indo para exploração de petróleo em águas profundas. Veja o que está acontecendo no Golfo do México com o vazamento de petróleo dos poços da BP. Estamos tentando soluções técnicas desesperadas para manter o sistema em movimento. O que eu digo é que talvez seja melhor diminuir a velocidade e ser mais cuidadoso.

Parar de crescer não vai impedir o desenvolvimento?

Em economia ecológica, tendemos a fazer uma distinção entre crescimento e desenvolvimento. Crescimento é um aumento na produção e na utilização física de recursos. É quando alguma coisa cresce fisicamente em termos de matéria e energia. Desenvolvimento, de outro lado, é qualitativo. É quando as coisas ficam melhores. Você pode ter tecnologias melhores e produzir a mesma quantidade de coisas para entregar mais bem-estar e mais satisfação. Em economia ecológica, estamos a favor do desenvolvimento, mas não de aumentar a produção para desenvolver, porque é o crescimento que causa os problemas ecológicos.

Mas como vamos criar empregos ou obter as coisas que queremos sem crescimento?

Primeiro, é preciso ver que durante a maioria do tempo de nossa existência na Terra vivemos em sistemas em que o crescimento foi ínfimo. Eram economias rurais que de um ano para o outro nem notavam o crescimento. Apenas depois da Revolução Industrial e, particularmente, depois da Segunda Guerra Mundial, é que crescimento se tornou tão explosivo. Nós nos acostumamos ao crescimento, mas na verdade ele é excepcional. Outra coisa importante é que as pessoas tendem a achar que parar de crescer significa parar de produzir. Não é. Numa sociedade sem crescimento será preciso continuar produzindo. A produção, porém, será direcionada para a reposição e não para a acumulação. Haverá, portanto, a manutenção de certo nível de produção e consumo, porque precisamos de coisas para ficar vivos. A questão é por que temos sempre que aumentar de tamanho?

Um dos motivos é porque a população cresce...

Exatamente. Uma parte necessária da economia estável é controlar o crescimento populacional.

Essa é uma discussão difícil hoje...

Sim, tornou-se politicamente incorreto falar sobre o assunto. Mas o fato é que precisamos controlar o crescimento da população, e a melhor maneira de fazer isso é oferecer educação e contraceptivos para todos. Nosso maior problema, porém, é que o crescimento tornou-se o valor maior das economias. Nos Estados Unidos, estamos em uma crise e a solução é sempre fazer a economia voltar a crescer. É uma armadilha. Vamos precisar de muitas mudanças para ir de uma ideologia de acúmulo para uma ideologia de suficiência e manutenção. Outro problema é que temos pobreza no mundo, e a nossa solução para isso também é o crescimento. Em certo sentido, a ideologia do crescimento se tornou um substituto para divisão e redistribuição, porque isso é considerado difícil de fazer. Temos que crescer mais para não ter de dividir. Nos Estados Unidos, a coisa que tem menos sido dividida é o crescimento. A maior parte tem ido para os 5% no topo. Isso está aumentando a desigualdade e, com o tempo, talvez leve as pessoas a perceberem que o crescimento não está ajudando os pobres e que precisamos fazer algo diferente.

Quando é possível dizer que o limite do crescimento foi ultrapassado?

O ponto sobre o crescimento é o seu custo. Em geral, simplesmente assumimos que crescendo em termos de produção e população ficamos mais ricos. E, ficando mais ricos, podemos dividir mais, diminuindo os problemas. Mas se você fizer a conta cuidadosamente verá que o crescimento pode se tornar antieconômico. Nós passamos de um planeta praticamente vazio, em que todo o crescimento era econômico, para um planeta relativamente cheio no qual para crescer você afeta e destrói a biosfera numa escala nunca vista antes. Hoje, os benefícios do crescimento não passam nem perto do que eram no passado. Normalmente, os benefícios marginais do crescimento eram comida, abrigo e roupa – e para muitas pessoas ainda é assim. Mas, nas partes ricas do mundo, o crescimento significa hoje uma segunda casa, um terceiro carro. Ou seja, o benefício marginal do crescimento para o bem-estar está diminuindo, enquanto o custo marginal está aumentando, porque para crescer mais temos que usar ecossistemas vitais.

Essa é uma ideia muito difícil de as pessoas aceitarem. Afinal, se elas trabalham duro e ganham dinheiro, por que não podem ter a segunda casa ou terceiro carro?

Por que o custo disso na biosfera é grande demais e não pode continuar. O aumento do consumo está vindo a um custo muito alto para o resto do sistema, inclusive para as outras pessoas, e há o risco de colapso. Outro ponto importante é que muitos estudos psicológicos indicam que a partir de certo patamar o crescimento e o acúmulo ficam dissociados da felicidade. Mas se o crescimento em termos de felicidade é baixo, seu impacto é alto em relação à degradação do meio ambiente. A ideia é: vamos ser bons economistas e dizer que, quando o crescimento nos beneficia mais do que custa, vamos continuar crescendo, mas, quando os custos são muito altos, temos de parar de crescer. É preciso reconhecer a mudança no padrão da escassez.

Mudança no padrão de escassez?

Os economistas são treinados para se preocuparem com a escassez. Num mundo vazio, o que é escasso é o trabalho humano e o capital. Abundantes são os recursos naturais. Para maximizar a produtividade do capital e do trabalho, usamos os recursos naturais o mais rápido possível. Em um mundo cheio, o padrão de escassez mudou. Veja o exemplo dos peixes. O fator determinante no passado para o limite do número de peixes pescados por ano era o número de barcos e de pescadores. Mais pescadores e mais barcos resultavam em mais peixes. Isso não é verdade hoje. Já temos pescadores e barcos demais, e o fator limitante é o número de peixes no oceano. O limite é o capital natural. Por isso, temos que dar tempo para os peixes se recuperarem.

Isso vale para outros recursos?

Sim. Pegue o petróleo. O fator limitante costumava ser nossa capacidade de furar poços, não mais. Outro exemplo é a agricultura irrigada. O fator limitante principal costumava ser uma mistura entre capital, incluindo adubos e a habilidade para explorar os recursos hídricos, e trabalho. Hoje, de forma crescente, é apenas a quantidade de água à disposição. O ponto é que o fator limitante mudou. Por isso, precisamos economizar nos fatores limitantes. Essa é a lógica.

Como fazer isso?

Podemos impor tetos, limites, como temos tentado fazer com a pesca. Isso nem sempre funciona, mas temos de limitar. Uma maneira de viabilizar isso é realizar leilões com cotas, os chamados leilões de cotas de degradação.

Não é fácil impor limites. Normalmente, as pessoas não apóiam essa ideia...

A gente aprendeu a acreditar que mais produção nos deixa mais ricos. Não estou argumentando contra ficar rico, estou argumentando contra o crescimento que não nos deixa mais ricos. Aquele que nos faz sacrificar coisas que são mais importantes do que a produção extra. Se as pessoas perceberem isso, elas ficarão mais capazes de aceitar limites. Mas essa é também uma questão de percepção. Afinal, se não existem limites naturais para o crescimento e todos podemos ficar mais ricos para sempre, por que as pessoas vão abrir mão do seu pedaço. Sou muito crítico dos economistas porque acho que como profissionais estamos pregando o gospel do crescimento para sempre e temos sido muito lentos em reconhecer as mudanças nos fatores limitantes.

O problema não é que mudar de padrão é muito complexo e difícil?

Eu entenderia se a maioria dos economistas dissesse: “Sim, você está certo, mas não temos como fazer as mudanças”. Mas eles não dizem isso. Quanto à complexidade, o que está ficando cada vez mais complexo é crescer. Usinas nucleares são muito complexas, extração de petróleo em profundidade é muito complicado. Estamos desenvolvendo sistemas extremamente complexos para continuar a crescer. Acredito que isso vai nos empurrar para os limites. Claro que temos uma devoção quase religiosa a nossa capacidade criativa, à ideia de que a ciência e a tecnologia podem fazer qualquer coisa. Mas, se você pensar, a razão pela qual a ciência e a tecnologia são tão impressionantes é precisamente porque elas não tentam fazer o que é impossível e respeitam leis básicas. Você não pode criar matéria e energia do nada, essa é a primeira lei da termodinâmica. Você não pode ter máquinas com movimento perpétuo, essa é a segunda lei. A economia precisa colocar em suas premissas básicas a primeira e a segunda leis da termodinâmica e reconhecer que há limites para a economia no mundo físico. Tecnologia não vai mudar a primeira e a segunda leis da termodinâmica.

Quão importante é a revisão do conceito do PIB nesse debate?

Acho que é central. Estou muito satisfeito por ver economistas mais importantes, ganhadores do Prêmio Nobel, envolvidos nisso. Há 30 anos as pessoas criticam o PIB. Mesmo o Banco Mundial já flertou por um período com a ideia de esverdeá-lo, mas acabou desistindo. Provavelmente foi considerada uma mudança muito radical. Hoje tratamos o PIB como se ele representasse um benefício líquido de crescimento, mas não representa. É uma soma maluca de custos e benefícios. Ele apenas mede atividade, mas algumas atividades econômicas são benéficas e outras, infelizmente, não. Há vários exemplos, como as pessoas que gastam mais tempo e combustível para se locomover porque as cidades estão se expandindo ou os gastos para limpar a poluição que geramos. Se nós separássemos nessa conta o que é um custo e o que é um benefício, e comparássemos os dois na margem, conseguiríamos ver qual é o custo e o benefícios marginais de crescer. Numa empresa, quando os custos superam os benefícios, você para de produzir. Essa é uma regra básica da microeconomia que não existe na macroeconomia.

E a questão do capital natural no PIB?

Esse é outro problema. A gente consome o capital natural e não mede. Cortamos florestas inteiras em um ano e, em vez de um crescimento sustentável ou de uma renda sustentável, a gente apenas liquida o capital natural. Isso vai para as contas nacionais como se fosse rendimento, como se pudéssemos fazer isso de novo no ano que vem, o que claramente não podemos. Então, parte da mudança é apenas alterar os padrões básicos de contabilidade.

O senhor também é um crítico da globalização. Por quê?

Todos são a favor de uma comunidade global, mas existem dois modelos. Um é o modelo de integração em que a comunidade mundial se torna uma grande comunidade integrada. Basicamente, você apaga as fronteiras nacionais em termos econômicos. A outra visão é a de que a comunidade global é uma federação, que se une para colaborar em problemas globais, mas que continua separada em nações. Essa federação é o que foi estabelecido em Bretton Woods, com a criação das Nações Unidas e de outras instituições. O modelo único e integrado é uma invenção da elite corporativa e está representado na Organização Mundial de Comércio e é hoje apoiado pelo FMI e pelo Banco Mundial. O modelo federativo é como amizade, que coopera, mas é separado. O modelo integrado é como casamento em que você vira uma nova unidade.

Qual é o problema de buscar cada vez mais integração?

Os humanos existem em comunidades. E as unidades de comunidade hoje estão no nível nacional e subnacional, mas não há instituições para uma comunidade global. As instituições que temos são de internacionalização e não de integração. Acho que, se você integra a economia globalmente sem um governo global, você apenas transfere poder dos governos para as corporações globais. E essa é a razão pela qual elas pressionam pela globalização, para escapar dos controles nacionais. Então, uma solução seria termos um governo global. Mas isso é muito difícil e improvável. A outra alternativa seria empurrar o capital global para dentro do ambiente local e impedir que ele seja tão global. Posso estar errado, mas acho que é muito perigoso ir para a uma integração global, sem governo. Claro que há algumas áreas em que nós temos que fazer isso, como o aquecimento global. Mas mesmo as decisões internacionais sobre temas como esse serão implementadas e controladas por nações e seus cidadãos.

Muitas pessoas vêem as suas ideias como exóticas. O senhor é otimista em relação à mudança dessa percepção e a mudanças das ideias em relação ao crescimento?

É difícil ser otimista. O que dá para ser é esperançoso. Eu acho mais fácil ter esperança de mudar nossa atitude em relação ao crescimento do que em acreditar que o crescimento contínuo será a solução. Mas para haver mudanças provavelmente precisarão ocorrer crises. É o que vemos historicamente. Ao falar com os meus estudantes sobre isso, digo que não podemos agir sobre essas questões agora, mas que o sentido de falar de coisas que estão além da possibilidade real é que, quando ocorre uma crise ou uma oportunidade para mudança, não temos que começar do nada. É bom ter ideias na mesa.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Belo Monte dará US$ 8 bi em prejuízo, diz pesquisador do ITA

Folha de São Paulo, 13 de julho de 2010

Em artigo publicado no periódico "Water Alternatives", o pesquisador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Wilson Cabral, afirma que a usina hidrelétrica de Belo Monte (PA) dará um prejuízo aos cofres públicos que pode chegar a US$ bilhões, se todas as variáveis sociais e ambientais forem incluídas. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

O cálculo é resultado de uma análise de custo/benefício da megausina, incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. No artigo ele fatora uma série de custos "externos" da usina: sobrepreço, atrasos na construção, geração de energia menor do que o previsto e custos sociais - como perda de qualidade da água.

A usina também deixaria de gerar renda por fixação de carbono, já que sua construção induzirá desmatamento. O carbono florestal poderia ser negociado internacionalmente num mecanismo conhecido como Redução de Emissões por Desmatamento (Redd), que ainda não existe e aguarda aprovação durante novo acordo do clima. Mas segundo o autor do estudo a análise de viabilidade econômica da usina deve considerar um período de 50 anos, prazo no qual faz sentido falar em carbono evitado.

Os números foram obtidos com a ajuda de um programa de computador que traçou dois cenários: no primeiro, otimista, a usina traria benefício líquido de US$ 670 milhões; no segundo, dá um prejuízo de US$ 3 bilhões ao longo de 50 anos. Isso mostrava que Belo Monte, tal como foi concebida, tinha 28% de chance de não dar prejuízo.

A equipe do jornal Folha de S. Paulo pediu para que o pesquisador fizesse novamente a conta, utilizando a estimativa de custo da usina divulgada pelo governo, de US$ 10 bilhões. E neste cenário, segundo Souza Júnior, "a inviabilidade é total". O prejuízo, no melhor cenário, seria de US$ 1,5 bilhão, e no pior, US$ 7,9 bilhões.

Para viabilizar Belo Monte, segundo o pesquisador, seria necessário aumentar o endividamento público ou construir mais usinas a montante da barragem, para regular o fluxo do rio Xingu e evitar que a usina fique seis meses por ano sem gerar energia.

Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás e diretor da Coppe-UFRJ, criticou o artigo, afirmando ver um "viés antibarragem". Para ele o texto é militante, apesar da aparência técnica. Pinguelli também critica a análise de custos, afirmando que "uma obra desse tamanho com capital intensivo só pode ser feita com uma taxa de retorno menor". Além disso, afirmou que "toda empresa opera endividada".

terça-feira, 13 de julho de 2010

A IMPORTÂNCIA DO CAFEZINHO

Dois leões fugiram do Jardim Zoológico. Um se chamava BENSON e o outro HENDSON.

Na hora da fuga, cada um tomou um rumo diferente, para despistar os perseguidores.
Um dos leões foi para as matas e o outro foi para o centro da cidade.

Procuraram os leões por todo o lado, mas ninguém os encontrou.
Depois de um mês, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas. Voltou magro, faminto, alquebrado. Foi preciso pedir a um deputado que arranjasse uma vaga no Jardim Zoológico.

Assim, o leão foi reconduzido a sua jaula.

Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do leão que fugira para o centro da cidade, quando um dia, o bicho foi recapturado.
E voltou ao Jardim Zoológico gordo, sadio, vendendo saúde.

Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para a floresta perguntou ao colega:
Como é que conseguiste ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com saúde? Eu, que fugi para para a mata, tive que voltar, porque quase não encontrava o que comer ... !!!
O outro leão então explicou:
Enchi-me de coragem e fui esconder-me numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
E por que voltaste então para cá? Tinham acabado os funcionários?
Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca se acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Tinha comido o diretor geral, dois superintendentes, cinco adjuntos, três coordenadores, dez assessores, doze chefes de seção, quinze chefes de divisão, várias secretárias, dezenas de funcionários e ninguém deu por falta deles!

Mas, no dia em que eu comi o cara que servia o cafezinho...
Estraguei tudo!!! Me pegaram na hora ...

Encaminhado por Grasiela Rodrigues

segunda-feira, 12 de julho de 2010

SBPC e ABC manifestam preocupação com mudanças propostas ao Código Florestal


JC e-mail 4045, de 05 de Julho de 2010.
Entidades alertam que reformulação não tem sólida base científica. "A maioria da comunidade científica não foi sequer consultada e a reformulação foi pautada muito mais em interesses unilaterais de determinados setores econômicos", criticam

Em carta endereçada ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator da Comissão Especial do Código Florestal Brasileiro, os presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, manifestam preocupação, em nome da comunidade científica do país, quanto às mudanças propostas ao Código Florestal.

A comissão especial criada para analisar os projetos que alteram o Código Florestal (Lei 4.771/65) começa a discutir o relatório do deputado Aldo Rebelo nesta segunda-feira, 5 de julho. (leia nota 2 desta edição)

"[A comunidade científica] antevê a possibilidade de um aumento considerável na substituição de áreas naturais por áreas agrícolas em locais extremamente sensíveis como são as áreas alagadas, a zona ripária ao longo de rios e riachos, os topos de morros e as áreas com alta declividade", alertam as entidades.

Ambas ressaltam que reconhecem a importância da agricultura na economia brasileira e mundial, como também a importância de aperfeiçoar o Código Florestal visando atender a nova realidade rural brasileira.

Leia a íntegra da carta, encaminhada também aos parlamentares membros da Comissão Especial:

"Senhor Deputado,

O Brasil foi o primeiro país do mundo a buscar uma agricultura tropical altamente produtiva, fruto principalmente de investimentos contínuos em ciência e tecnologia. Com o aumento da produtividade das principais culturas agrícolas, a agricultura brasileira ganhou destaque mundial e passou a contribuir, decisivamente, para o desenvolvimento econômico e social do país, produzindo alimentos, fibras e bioenergia para o consumo interno e para exportação.

O Brasil já é uma potência agrícola, mas deve ser observado que o paradigma predominante em outras potências agrícolas do mundo desenvolvido é o do aumento da produtividade e não da expansão das fronteiras agrícolas. A competitividade se dá no terreno de maior inserção de ciência e tecnologia na produção e maior agregação de valor nas cadeias produtivas agrícolas e pecuárias.

Paralelamente, o Brasil ainda preserva grandes áreas intactas que abrigam uma extensa gama de formas de vida, caracterizando o país como detentor de uma megabiodiversidade. Portanto, o país tem a chance única na história de conciliar uma agricultura altamente desenvolvida com vastos ecossistemas naturais preservados e ou conservados que produzem uma gama de serviços ambientais dos quais a própria agricultura depende, dentre eles se destacam a manutenção da fertilidade dos solos e suas propriedades físicas e a produção e sustentabilidade dos regimes hídricos dos ecossistemas.

Editado em 1965, e substancialmente reformulado em 1989, o Código Florestal, constitui-se até hoje na peça fundamental de uma legislação ambiental reconhecida com uma das mais modernas do mundo. Ainda passível de aperfeiçoamentos como qualquer legislação, o Código Florestal é um arcabouço legal fundamental na manutenção de paisagens multi-funcionais que permitam seu aproveitamento tanto para a produção de alimentos, fibras e bioenergia; como também para preservação e manutenção dos ecossistemas, com amplos benefícios para toda a população.

Baseando-se na premissa errônea de que não há mais área disponível para expansão da agricultura brasileira, o Congresso brasileiro propôs, recentemente, uma reformulação do antigo Código Florestal.

Infelizmente, a reformulação desse Código não foi feita sobre a égide de uma sólida base científica, pelo contrário, a maioria da comunidade científica não foi sequer consultada e a reformulação foi pautada muito mais em interesses unilaterais de determinados setores econômicos.

Em decorrência, a comunidade científica brasileira se encontra extremamente preocupada frente às mudanças propostas, pois esta comunidade antevê a possibilidade de um aumento considerável na substituição de áreas naturais por áreas agrícolas em locais extremamente sensíveis como são as áreas alagadas, a zona ripária ao longo de rios e riachos, os topos de morros e as áreas com alta declividade.

As mudanças do Código Florestal igualmente poderão acelerar a ocupação de áreas de risco em inúmeras cidades brasileiras, estimular a impunidade devido a ampla anistia proposta àqueles que cometeram crimes ambientais até passado recente e a oportunidade de Estados brasileiros utilizarem a prerrogativa de legislar sobre temas ambientais para atrair futuros investimentos associados a mais degradação ambiental no meio rural.

Esta substituição levará, invariavelmente, a um decréscimo acentuado da biodiversidade, a um aumento das emissões de carbono para a atmosfera, no aumento das perdas de solo por erosão com consequente assoreamento de corpos hídricos, que conjuntamente levarão a perdas irreparáveis em serviços ambientais das quais a própria agricultura depende sobremaneira, e também poderão contribuir para aumentar desastres naturais ligados a deslizamentos em encostas, inundações e enchentes nas cidades e áreas rurais.

Assim sendo, a comunidade científica reconhece claramente a importância da agricultura na economia brasileira e mundial, como também reconhece a importância de aperfeiçoar o Código Florestal visando atender a nova realidade rural brasileira.

Entretanto, entendemos que qualquer aperfeiçoamento deva ser conduzido à luz da ciência, com a definição de parâmetros que atendam a multi-funcionalidade das paisagens brasileiras, compatibilizando produção e conservação como sustentáculos de um novo modelo econômico que priorize a sustentabilidade.

Desta forma podemos chegar a decisões consensuais, entre produtores rurais, legisladores, e a sociedade civil organizada, pautadas por recomendações com base científica, referendadas pela academia e não a decisões pautadas por grupos de interesses setoriais, que comprometam de forma irreversível nossos ecossistemas naturais e os serviços ambientais que desempenham."

Veja em Tempo Real o tamanho da mancha de Oleo da BP

.Projetado sobre tua regiao

quarta-feira, 7 de julho de 2010

COMO A PRIMEIRA VERSÃO PARA O IMBRÓGLIO DO PROGRAMA SOCIALISTA FOI DESMORALIZADA ..., O PT CRIOU OUTRA, AINDA PIOR!

Por Reinaldo Azevedo  (VEJA)


Vocês acompanharam anteontem a confusão sobre os dois programas que o PT entregou ao TSE, aquele que traz o que os petistas realmente pensam, o dos socialistas, e o outro, o das socialites, edulcorado para fazer o partido se parecer com mocinhas do Colégio Sion da década de 50… Pego no flagra, o partido se saiu com uma história um tanto rocambolesca: teria entregado o documento errado ao TSE! Como vocês viram ontem neste blog, o “documento errado” trazia, no entanto, a rubrica da candidata Dilma Rousseff em cada uma das páginas. Republico abaixo uma das imagens só para refrescar a memória. Não só a dela: a outra, que aparece ao lado, é do presidente do partido e coordenador geral da campanha, José Eduardo Dutra. Este blog desmoralizou a versão de que houve uma mera troca de papéis, certo? Hora de arrumar uma nova desculpa. Mas qual?
rubrica-pt-dois2 

Como vocês sabem, o PT tem sempre uma explicação para o batom e para os dólares na cueca. Confrontados com a rubrica, os petistas criaram, então, uma história ainda mais inverossímil: como o texto tinha de ser mandado às pressas para o TSE - ??? - e tendo sido entregue o documento errado para Dilma e Dutra, ambos assinaram o papelório sem ler. Entendi! Dispenso-me de indagar se, uma vez eleita, Dilma vai se interessar em saber onde põe a sua assinatura. E me dispenso porque a história parece falsa como nota de R$ 3.
Os petistas são mestres também no “enrolation”. No Estadão de hoje, André Vargas, secretário de comunicação do PT, afirma:
“Por volta de 15h30 recebi uma ligação que indagava sobre algo que eu não sabia responder. Fui à página do TSE verificar o que estava ocorrendo e percebi a troca dos programas. Foi uma terrível falha nossa, que certamente vai nos dar dor de cabeça por uns dias, talvez semanas.”
Agora leiam trecho de reportagem da Folha de ontem:
No início da noite, o secretário de comunicação do partido, André Vargas (PR), ainda sustentava que a decisão de apresentar o texto foi da coordenação da campanha. “Não há problema em ter pontos polêmicos nele. Nós somos polêmicos. Isso não é problema, é qualidade. Agora, é um texto provisório que vai ser sempre discutido.”
Vargas, como vocês vêem, é um petista típico. O partido tem dois programas, e ele tem duas versões. Num post abaixo, vocês lêem trecho de uma reportagem do Estadão com a justificativa oficial do PT para o imbróglio: Dilma teria ficado verdadeiramente furiosa. Como a gente sabe, o radicalismo não lhe cai bem. Onde já se viu tomar champanhe na casa de Abílio Diniz e depois propor controle da mídia e fim da propriedade privada? Isso é coisa que não se faz. Não é elegante!
Quantas faces tem Dilma?

Começa a ficar complicado saber quem, afinal de contas, é candidata à Presidência da República, qual das Dilmas. A que agora se diz contrária à descriminação do aborto é a mesma que a defendeu numa entrevista à revista Marie Claire, em 2007? A que concede entrevista em Uberlândia e em Recife contra as invasões de terra do MST é a mesma que mete na cabeça o boné do movimento ao discursar em Sergipe? A que defende a liberdade de imprensa é aquela que rubrica — Dilma, a distraída! — um programa que prega o controle da mídia?
É a primeira vez? Não é a primeira vez. O decreto que trazia o Programa Nacional Socialista dos Direitos Humanos ganhou forma final, como é praxe, na Casa Civil e também trazia a assinatura da então ministra Dilma Rousseff. Ela foi, diga-se, uma das inspiradoras do documento, ao lado do ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) e do então ministro Tarso Genro (Justiça). O programa verdadeiro enviado ao TSE, o rubricado, era inspirado naquela estrovenga. O governo Lula teve de recuar, e o programa de Dilma queria “avançar”.
Os petistas agora tentam fazer de conta que a candidata nunca teve nenhum compromisso com aquelas idéias. O programa dos Direitos Humanos, pelo qual a sua pasta responde, prova que sim.
Essa gente está tentando controlar a imprensa desde que botou os pés do poder. As tentativas, até agora, malograram. Mas vocês sabem: eles são petistas e não desistem nunca, sem aprender nada, sem esquecer nada.
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terça-feira, 6 de julho de 2010

Casas de Marina vão se espalhar pelo país

Postado em 06/07/2010 por Equipe Marina


A senadora Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República, afirmou nesta terça-feira, 6, que os comitês domiciliares chamados de Casas de Marina por um Brasil Justo e Sustentável vão mostrar como é possível fazer política de um novo jeito no país, sem recorrer a alianças pragmáticas e sim aos núcleos vivos da sociedade.

Marina e seu vice, o empresário Guilherme Leal, estiveram na residência do promotor de eventos Adriano Prado, no bairro de Campo Limpo, na zonal sul de São Paulo, para visitar a primeira Casa de Marina.

Lá, foram recebidos pelos familiares de Prado – a mãe, Rosana, o tio, Dirceu, o avô, Manuel, e sua sobrinha de Catarina, de um mês e três dias.

Adriano, na conversa com Marina e Guilherme, revelou que já tem uma lista com mais de 500 nomes de amigos que ele vai procurar para levar as mensagens da presidenciável. A relação consta de um caderno que ele apresentou à chapa do PV.

A instalação das Casas de Marina pelo país a fora é uma iniciativa do Movimento Marina Silva, que reúne pessoas interessadas em discutir processos que promovam o desenvolvimento sustentável.

Qualquer simpatizante da candidatura do PV pode transformar sua residência em um comitê domiciliar para reunir familiares, amigos e vizinhos para discutir as propostas de governo de Marina.

As instruções para montagem das Casas de Marina podem ser encontradas no site http://www.movimentomarinasilva.org.br/.

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Como se fôssemos rãs em água fervente


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02 de julho de 2010 | 0h 00
Washington Novaes - O Estado de S.Paulo
É mais do que oportuna a divulgação (Estado, 15/6) de estudo de várias instituições respeitadas (Inpe, Unicamp, Unesp, USP e Fapesp) segundo o qual a temperatura média na Região Metropolitana de São Paulo subirá entre 2 e 3 graus Celsius neste século. E com isso dobrará o número de dias com chuvas intensas (hoje, de duas a cinco por ano). O estudo dramatiza a necessidade de ações concretas nas zonas urbanas, para impedir, além dos deslizamentos de morros e encostas, a formação de ilhas de calor, que atraem os "eventos extremos". Questão aguda, quando o próprio estudo enfatiza que, se a expansão urbana continuar como hoje, em 2030 a mancha ocupada será o dobro da atual e 11% das ocupações humanas estarão em áreas com risco de deslizamento e mais de 20% em áreas sujeitas a enchentes e inundações.
Tudo isso reforça mais uma vez a necessidade de mudanças radicais em nossas políticas de mitigação (redução de emissões de gases poluentes) e de adaptação a mudanças climáticas. E estas, muito urgentes, exigem mudanças de padrões de construção urbana e rodoviários (pontes, viadutos, aterros, etc.); obrigatoriedade de manter nas zonas urbanas áreas permeáveis, que permitam a infiltração de água e reduzam inundações; leis para obrigar a retenção de água em cada imóvel, com a possibilidade de utilizá-la em descargas sanitárias e outros usos; proibição efetiva de ocupação de áreas de risco (30% da população paulistana, 2,7 milhões de pessoas, vive em cortiços, habitações precárias e comunidades ilegais, todos vulneráveis aos eventos climáticos); e muitas coisas mais.
Também é decisivo no momento em que as chuvas intensas em Alagoas e Pernambuco destroem cidades inteiras, rompem barragens, produzem dezenas de mortes, centenas de desaparecidos, mais de 150 mil desabrigados. Só neste ano, informou este jornal (24/6), 1.635 municípios (quase 30% do total) relataram "situação crítica causada por chuva ou seca". E no momento em que, dizem relatórios oficiais, menos de cem municípios têm alguma instituição capaz de cuidar da defesa civil.
Já perdemos muito tempo. Como está registrado por climatologistas da USP há muitos anos no Atlas do Verde e do Meio Ambiente (editado pela respectiva secretaria na capital paulista), a diferença de temperatura entre as áreas paulistanas que mais conservam a vegetação (Serra do Mar, Cantareira) e as áreas de ocupação industrial e trânsito mais intensos (como a Mooca) pode chegar a 6 graus. E estas "ilhas de calor" geradas pelo asfalto, por fábricas e edifícios atraem chuvas intensas. A consequência é que chove menos nas áreas de mananciais e reservatórios, onde a água seria benéfica, e chove mais nas áreas onde ela é problemática para o trânsito e provoca inundações. Mas há também uma consequência na distribuição temporal das chuvas: cai mais água de segunda a sexta-feira nas áreas de alta ocupação ? quando ela é mais problemática ? e menos nos fins de semana, quando o trânsito se reduz.
Mas as nossas políticas e nossas cidades terão também de chegar a alguma formulação em relação ao transporte urbano e às suas consequências para a saúde humana e o clima. Não dá para aceitar passivamente que a frota de veículos no País cresça 38% de 2000 para cá e chegue a 27,8 milhões, quando no mesmo período a população aumentou 12,7%. Da mesma forma, a frota de motocicletas, que cresceu no mesmo período 243% e chegou a 8,55 milhões. Que se espera que aconteça em matéria de trânsito, emissões e poluição? A má qualidade do ar urbano (Correio Braziliense, 27/10/2008) custa R$ 1 bilhão por ano na saúde. Só em 41 dias do ano a qualidade do ar foi adequada na Região Metropolitana de São Paulo (Estado, 6/3/2009). Seis em dez paulistas vivem em cidades saturadas por ozônio (18/8/2009). Nada menos que 3,5 mil pessoas morrem a cada ano no País por causa da má qualidade do ar (Envolverde, 23/4/2009). Na capital paulista são 20 por dia.
É certo que o Conselho Nacional do Meio Ambiente tornou obrigatória a inspeção anual de veículos e que o Estado de São Paulo está pondo em vigor uma política de mudanças climáticas, que visa a reduzir as emissões de gases poluentes em 20% (calculadas sobre as de 2005) até 2020. Também é certo que empresas começam a se empenhar em reduzir emissões e a promover um registro público voluntário das suas. Afinal, o Brasil já é o quarto maior emissor do planeta.
Mas é preciso muito mais, diante da gravidade da situação planetária em matéria de clima, como têm demonstrado tantos estudos e eventos recentes (mais de 2,5 milhões de desalojados na China). E ainda há poucos dias a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, depois de rever 1.322 estudos de cientistas que se dizem céticos quanto à influência de ações humanas no agravamento de mudanças climáticas, afirmou que as credenciais desses "céticos" são insuficientes para negar conclusões em contrário, do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas e outras instituições e outros cientistas. Precisamos de um esforço dramático ? que não está ocorrendo ?, diz o ex-secretário da Convenção do Clima Yvo De Boer. Porque o risco, diz ele, é de nos comportarmos como a rã que está na água e não percebe que ela se aquece; quando perceber, pode ser tarde. De Boer disse, entre muitas coisas, que a China não poderá continuar crescendo 8% ou 10% ao ano para estender o atual modelo a toda a sua população, porque as emissões serão insuportáveis. Da mesma forma, acentuou, como fazer se 5,4 bilhões de pessoas no mundo que vivem hoje com menos de US$ 10 (R$ 18) por dia querem ampliar seu consumo ? o que exigirá mais emissões nos formatos atuais?
"Teremos de aprender a viver consumindo menos recursos, para que todas as pessoas possam viver", alertou, no recente Fórum Global da Mídia, o diretor da Organização Meteorológica Mundial, Mannava Sivakumar. Não há como contestar.
JORNALISTA. E-MAIL:
WLRNOVAES@UOL.COM.BR

Eletricidade na UE: é renovável 62% da nova (2009)

Agência FAPESP

Fontes renováveis responderam por 62% da nova capacidade de geração de eletricidade instalada em 2009 nos países da União Europeia (UE). No ano, em termos absolutos, 19,9% (ou 608 terawatts-hora ? TWh) do consumo total de energia na UE (3042 TWh) derivou de fontes renováveis.
Os dados são do relatório 2010 Renewable Energy Snapshots, publicado pelo Joint Research Centre (JRC) da Comissão Europeia ?instituição politicamente independente que representa e defende os interesses da UE.

A energia hidrelétrica respondeu pela maior parcela entre as fontes renováveis, com (11,6%), seguida pelas energias eólica (4,2%), biomassa (3,5%) e solar (0,4%).

Da nova capacidade de geração instalada em 2009, entre as fontes renováveis a energia eólica ficou em primeiro, com 37,1%, seguida por fotovoltaica (21%), biomassa (2,1%), hidrelétrica (1,4%) e energia solar concentrada (0,4%), sistema que usa lentes ou espelhos para concentrar uma grande área de luz solar.

Com relação às fontes de geração não renováveis, da capacidade instalada em 2009 o gás ficou em primeiro, com 24%, seguido pelo carvão (8,7%), óleo (2,1%), incineração de lixo (1,6%) e energia nuclear (1,6%).

Se as taxas de crescimento atuais forem mantidas, em 2020 até 1400 TWh de eletricidade poderá ser gerada a partir de fontes renováveis, aponta o relatório. Isso representaria de 35% a 40% do consumo de eletricidade geral estimado para os países que compõem a União Europeia.

A energia eólica é destacada no documento, tendo superado já em 2009, com uma capacidade instalada total superior a 74 gigawatts-hora (GWh), a meta estabelecida anteriormente para 2010, de 40 GWh. Agora, a European Wind Association estabeleceu uma nova meta: de ter uma capacidade instalada de 230 GWh até 2020.

Outro destaque é a energia de biomassa. De acordo com o relatório da UE, se as taxas de crescimento atuais forem mantidas, a eletricidade dessa fonte poderá dobrar de 2008 a 2010, de 108 TWh para 200 TWh de capacidade.

Quanto à energia fotovoltaica, desde 2003 a capacidade instalada tem dobrado a cada ano. O documento também destaca o potencial da energia solar concentrada. Atualmente, a maioria dos projetos com a nova tecnologia está concentrada na Espanha.

O relatório 2010 Renewable Energy Snapshots pode ser lido em http://re.jrc.ec.europa.eu/refsys


enviado por Jose Ely da Veiga

Pesquisa aponta possível segundo turno feminino nas eleições brasileiras de 2010


A pesquisa realizada pelo Mundo Em Colapso sobre as eleições presidenciais de 2010 apontou a candidata do PT, D. Rusself em primeiro lugar com 35% das intenções de voto. Em segundo lugar empataram M. Silva do PV e J. Serra do PSDB, ambos com 25% das intenções de voto. Brancos e nulos somaram 13% e os candidatos do PSTU e PSOL juntos receberam menos de 2% dos votos.

A pesquisa realizou-se com internautas via ip único, ou seja, cada computador só pode emitir um voto durante toda a enquete. Os internautas votantes foram divididos da seguinte forma: 40% na Região Sudeste, 30% na Região Sul, 25% da Região Nordeste e 15% nas demais regiões.

As eleições mal começaram a ser divulgadas, mas esta pesquisa é mais confiável que as que a mídia veicula, afinal, os votantes não foram abordados, votaram apenas os que já estavam pensando sobre o tema. Além disso o blog não é financiado nem possui membros filiados a partidos políticos, ao contrário do ibope, da datafolha, etc.

http://mundoemcolapso.blogspot.com/2010/05/pesquisa-aponta-possivel-segundo-turno.html

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A visagem e a verdade

Por Lúcio Flávio Pinto
      30.06.10 - 13h28

A advogada Ilma Barcelos, da OAB do Espírito Santo, recolocou em circulação uma das denúncias que constantemente vai e volta, sem perder ímpeto nem ganhar credibilidade: de que navios estrangeiros estariam roubando água na Amazônia. Segundo ela, cada navio carregaria em seus porões 250 milhões de litros por viagem. Essa água seria comercializada na Europa e no Oriente Médio.

Em minha primeira coluna <http://colunistas.yahoo.net/posts/521.html> neste espaço, tentei mostrar que essa pirataria ainda é fantasia. Principalmente porque não é econômica. Várias autoridades seguiram raciocínios idênticos ao serem questionadas sobre a denúncia. O porta-voz da Marinha garantiu que a água captada pelos navios é autorizada por convenção internacional e praticada em todos os países. Serve de lastro para que as embarcações tenham segurança em sua navegação. Assegurou que jamais o governo recebeu denúncia concreta sobre práticas ilícitas desse carregamento.

Já a Agência Nacional de Águas (ANA) recorreu aos argumentos econômicos para desmentir a prática de hidropirataria. Seu representante alegou não ser viável como negócio: o custo do frete da água levada da Amazônia para a Europa ou o Oriente Médio e do seu tratamento seria de três a cinco vezes superior ao custo da dessalinização da água usada em Israel ou na Arábia Saudita, onde o processo é utilizado. Ainda que o Brasil legalizasse e autorizasse os navios a levarem a água de graça, o custo do transporte e beneficiamento tornaria inviável a operação.

Há ainda um detalhe técnico relevante: 250 milhões de litros representam uma quantidade pequena de água bruta (ainda não potável) para venda, mas constituem volume expressivo para um navio. É tonelagem muito superior à dos cargueiros que costumam operar na bacia amazônica.

A advogada Ilma Barcelos desdenhou das explicações. Para ela, a hidropirataria só não se comprova porque a fiscalização dos órgãos públicos é falha. Está disposta a contribuir para comprovar o que disse: vai formalizar uma denúncia à Marinha. Disse para a imprensa que já tinha ?certeza absoluta que essas questões seriam negadas porque ninguém vai assumir que é incompetente em algum órgão?.

Como a denúncia repercutiu, circulando por redes na internet (não pela primeira vez e certamente não pela última), o deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM) pediu a realização de audiência pública na Câmara Federal para tratar da questão. Também cobrou dos órgãos de defesa e de segurança a ampliação do sistema de fiscalização na Amazônia. ?O país precisa começar a discutir o direito de uso da água. Nós devemos estar em alerta em relação à Amazônia, porque temos lá um patrimônio extraordinário?, justificou o parlamentar.

Para bem administrar esse patrimônio, porém, é preciso inventariá-lo, classificá-lo e usá-lo de forma correta, o que pressupõe conhecimento de causa. Aí é que mora o problema. A Amazônia é um tema tão universal quanto o futebol. Todos acham que entendem dela e dão seus palpites como se fossem a expressão absoluta da verdade. O contencioso amazônico é uma reunião de barbaridades.

É evidente, ao mais elementar iniciado em questões amazônicas, que não há a pirataria apontada pela advogada capixaba. Simplesmente porque ainda não dá lucro praticá-la. E porque, para colocá-la em curso, são requeridos providências e procedimentos que ninguém ainda identificou. Há irregularidades na navegação amazônica e ela é pessimamente fiscalizada. Mas a hidropirataria é um hidromito, ao menos por ora, como observou com sarcasmo o representante da ANA.

O brasileiro tem como seu patrimônio a maior bacia hidrográfica do planeta e o dilapida todos os dias na Amazônia. É um bem que atrai o interesse mundial, mas para outros fins, não como fonte de água potável ? ou ainda não. Há um negócio muito mais atrativo, um dos mais rentáveis nos últimos anos em qualquer parte: a água engarrafada.

Ela é apresentada como se fosse água mineral, mas na maioria dos casos ou vem da rede pública ou de drenagens superficiais (não de uma fonte de água pura). Esta é uma autêntica pirataria, que rende bilhões de dólares de super-lucros indevidos. E é praticada à vista de todos sem provocar o impacto das denúncias da advogada capixaba.

Histórias chocantes e sensacionalistas, mesmo quando usadas como inspiração para defender a Amazônia, têm um efeito nocivo, principalmente por desviar a atenção do real para fantasias. Em 1976 um cientista denunciou que a Volkswagen havia posto fogo em um milhão de hectares na fazenda que possuía no sul do Pará. O incêndio havia sido detectado pelo satélite americano Skylab, o maior já registrado pelo homem.

A queimada era, na verdade, de 10 mil hectares, 100 vezes menor. Todos se desinteressaram pelo caso. Ainda assim, era a maior queimada feita em uma única temporada de fogo na Amazônia. A boa intenção do denunciante teve efeito reverso ao pretendido. O exagero foi o boi de piranha para a Volks desviar sua manada para longe da atenção da opinião pública.

Pouco depois surgiu a história de que submarinos emergiam à noite na sede do Projeto Jari, do milionário americano Daniel Ludwig, no Pará, para carregar ouro e minerais estratégicos. Muita gente acreditou e até um senador exigiu todo um aparato de segurança nacional do governo militar para ir a Monte Dourado verificar essas e outras denúncias.

Se esses submarinos conseguissem navegar pelas águas barrentas do Amazonas, evitando as toras de madeira que ele arrasta na época de cheias, até que seria um troféu justo ficarem com o ouro e os demais minérios. Um submarino cabe melhor numa fábula, porque fica escondido debaixo d?água. O problema é o outro lado do enredo. Um navio de carga faria um serviço muito melhor e mais econômico. Mas não se encaixaria na fantasia.

Também se dizia que, no meio do minério de ferro da Serra dos Carajás, as multinacionais estariam levando ouro ou urânio. Ferro se mede por milhões de toneladas para ser comercial. Ouro, em gramas. Urânio, em quilos. Um processo que permitisse separar ouro e urânio na extração de ferro seria uma revolução tecnológica.

Aos exploradores dos recursos naturais de Carajás, no Pará, basta o minério de ferro, o melhor que existe na crosta terrestre. Transportado, à razão de 90 milhões de toneladas anuais (volume que dobrará até o meio da década), para a Ásia e a Europa pelo maior trem de carga do mundo, em nove viagens diárias, é um autêntico negócio da China (para a China). Sem qualquer vestígio de outro bem.

Há muita pirataria e ilegalidade na Amazônia. Haveria muito menos se houvesse melhor fiscalização. Mais importante seria se houvesse melhor conhecimento, maior valorização do homem, mais retenção de suas riquezas em proveito de quem a habita. Valorizado, o amazônida cuidaria de separar o joio do trigo.

Ao invés de enfrentar fantasmas ao meio-dia ou zanzar atrás de bruxas circulando com vassouras pelo espaço, ele submeteria cada questão ao teste de consistência e à prova da verdade. Com a lição aprendida, talvez se colocasse em condições de escrever uma história melhor para a região. Sem fantasmagorias, mas também sem exploração.

      <http://colunistas.yahoo.net/colunistas/26/index.html> .

Lúcio Flávio Pinto é paraense de Santarém; tem 60 anos e é jornalista há 44.

Passou por algumas das principais publicações brasileiras, e hoje é editor do Jornal Pessoal, newsletter quinzenal que circula em Belém desde 1987. Já recebeu quatro prêmios Esso e dois Fenaj, além do International Press Freedom Award. Tem 15 livros publicados, a maioria sobre a Amazônia.
Escreve a coluna Cartas da Amazônia quinzenalmente, às quartas-feiras

Educando para os Valores do Seculo 21




  
























sábado, 3 de julho de 2010

Pegada Pesada

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Jonas Salk  disse "se todos os insetos desaparecessem da Terra, dentro de 50 anos toda a vida na Terra desapareceria. Se todos os seres humanos desaparecessem da Terra dentro de 50 anos todas as formas de vida floresceriam."

Citado por Sir Ken Robinson, na palestra TED "Escolas acabam com a Criatividade"
http://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity.html