New Scientist - 27/jan/2011
Um estudo da Universidade de Cambridge (Reino Unido) mostra que a energia
global poderia ser economizada em 73% com a adoção de medidas simples e o
uso de tecnologias existentes.
As discussões sobre a redução das emissões de gás-estufa geralmente se
concentram em formas de gerar energia limpa, sem mexer no consumo mundial, e
não no aproveitamento do que já está disponível.
Para chegar a esse número dos 73%, Julian Allwood e colegas de Cambridge
analisaram prédios, veículos e indústrias, aplicando uma política de como
aproveitá-los melhor.
As alterações em casas e edifícios incluem instalação de vidros triplos para
melhorar o isolamento térmico, utilização de tampas de panelas ao cozinhar e
redução da temperatura de máquinas de lavar roupa e louça, entre outras
mudanças. No transporte, também é indicado que o peso dos carros seja
limitado a 300 quilos.
"Se podemos promover uma redução séria de nossa demanda por energia", diz
Allwood, "todas as opções [de fornecimento de energia] vão parecer mais
realísticas".
Nick Eyre, líder do grupo Futuro de Baixo Carbono, da Universidade de
Oxford, diz que alguns pressupostos da equipe de Cambridge são conservadoras
demais. Há edifícios que hoje podem consumir, com o aquecimento, menos de 15
quilowatt-horas por metro quadrado a cada ano.
Ele, contudo, apoia Cambridge: "As ideias convencionais sobre o sistema
energético e a política do setor precisam ser ampliadas e incluir a maneira
como a energia é usada, e não somente a maneira como ela é obtida."