Em editorial na sua edição desta semana, a Economist diz lamentar a dependência da candidata presidencial do PT, Dilma Rousseff, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O fato de Dilma depender tanto do apadrinhamento de Lula é lamentável, pois o Brasil precisa de um líder forte e independente", diz a principal revista de economia e política da Grã-Bretanha.
Segundo a Economist, caso seja eleita, Rousseff precisará sair da sombra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "para conseguir a autoridade necessária" ao cargo.
A revista diz ainda que Lula "precisa deixá-la se afastar", uma atitude que seria "seu último presente a país".
Intitulado "A Passagem", o texto afirma que Lula deu ao Brasil continuidade e estabilidade e que agora ele precisa "dar independência" a sua sucessora.
Três graves problemas
Se eleita, Dilma terá de lidar com ao menos três graves problemas, segundo a Economist, e a corrupção seria o primeiro. A revista afirma que o PT tem uma "tendência de inchar os órgãos federais com indicados políticos".
A segunda preocupação seria com o papel do Estado na economia -- que cresceu no segundo mandato de Lula. O terceiro "teste" é a política externa, por causa da aproximação do presidente com "autocratas" como os presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.
Para a revista, ainda não está claro se Dilma tem "a força e vontade para lidar com esses problemas".
Em outra matéria, a Economist detalha o legado do governo Lula e explica como Dilma se beneficiou dele, apesar de especialistas acreditarem, há um ano, que era impossível transferir sua popularidade.
No entanto, a matéria afirma que a presidenciável não tem o "magnetismo" de Lula nem sua "habilidade de negociar". Por fim, ela especula sobre como seria o novo governo, apostando em nomes como Antonio Palocci e José Dirceu para integrar seu gabinete.