Ladislau Dowbor
22 de maio de 2010
O tempo é o nosso principal recurso não renovável. O seu deperdício, por nós mesmos ou por terceiros, é monumental. Todos sabemos que time is money, mas poucos pensam no que estão comparando. O tempo é o tempo da nossa vida. Dinheiro perdido pode ser recuperado. Já a vida...
Keynes tinha uma visão muito simpática do amor pelo dinheiro: “O amor do dinheiro como posse – distintamente do amor do dinheiro como meio de obter os prazeres e realidades da vida – será reconhecido pelo que é, uma morbidez um pouco repugnante, uma destas propensões semi-criminais, semi-patológicas que entregamos com um tremor aos especialistas em doenças mentais”.[2]
Não que desconheçamos o valor econômico do tempo. O empresário calcula rigorosamente os tempos dos seus empregados, porque o tempo dos seus empregados é o seu dinheiro. Kuttner relata a visita que fez a um centro de tele-marketing, onde as moças têm direito a apenas dois segundos entre uma chamada e outra: passados os dois segundos, começam os descontos. O documentário The Corporation mostra empresas onde são registrados até centésimos de segundo das operações de costureiras para as grandes marcas. Ninguém marca em segundos o tempo que passamos na fila do banco.
Ao pensarmos o tempo livre como categoria econômica, entramos numa visão moderna da economia, porque centrada no resultado final, na qualidade de vida. Em termos econômicos, isto significa darmos valor tanto ao tempo que não é diretamente contratado por um empregador, – e que as empresas consideram gratuito pois não lhes custa – como ao tempo dedicado a atividades socialmente úteis mas que não entram no circuito monetário, como os cuidados com a família, o embelezamento dos nossos jardins, a arborização das nossas calçadas por vizinhos dedicados e assim por diante, porque o prazer da vida tem valor. Dormir bem também tem valor. É o nosso tempo.
Há uma dimensão surrealista nesta irracionalidade que envolve a má distribuição dos esforços. Uma parte da sociedade está desesperada por excesso de trabalho, e outra por não ter acesso ao emprego. Um mínimo de bom senso na distribuição de esforços constitui, neste sentido, um dos objetivos centrais da gestão social. Em termos de regulação da economia do tempo, chega-se à conclusão de que o mercado constitui um mecanismo estruturalmente insuficiente de alocação des recursos do trabalho, exigindo soluções sistêmicas articuladas. Não há nada de novo nesta constatação. Mas na visão que aqui sugerimos, ao darmos um valor econômico ao tempo social, o desemprego deixará de ser visto apenas como situação de desespero lamentável, retrita aos pobres diabos que não conseguiram diplomas e “empregabilidade”, mas um custo para a sociedade: o valor do tempo desperdiçado pode ser muito maior do que o custo de medidas de organização que assegurem um trabalho útil para todos.[3]
Calcular o valor econômico do nosso tempo livre pode ter grandes impactos sobre a forma de organizarmos as decisões econômicas, e sobre a priorização dos investimentos, além de resolver o problema da inclusão no PIB de categorias não monetárias. A forma mais prática de explicitar a metodologia é aplicá-la a um caso concreto, a cidade de São Paulo.
O exemplo de São Paulo
São Paulo tem 11 milhões de habitantes. O PIB da cidade é de 320 bilhões de reais. Dividindo o PIB pela população temos uma PIB anual per capita de 29 mil reais. Para já, é um montante muito elevado. Mas o que nos interessa aqui é que a partir desta cifra podemos calcular o valor da hora per capita. Dividindo 29 mil reais por 8.760 horas, que é o número de horas num ano, teremos um valor de 3,30 reais. Este seria o valor médio da hora do paulistano, em termos gerais.[4]
Fixar um valor básico para o tempo do paulistano nos permite chegar a uma visão bastante mais realista das contas econômicas. Essencialmente, permite que se dê um equivalente valor a um conjunto de atividades que não contabilizamos simplesmente porque não custam dinheiro, ou não ocasionam registro de trocas monetárias. O que segue, é uma aplicação possível da metodologia para a cidade. Não se trata aqui de substituir o conceito de Produto Interno Bruto, e sim de dar visibilidade econômica ao conjunto de atividades não contabilizadas, pois são atividades que absorvem tempo, e ao dar uma equivalência valor à hora do paulistano, passamos a complementar o PIB.[5]
O custo do tempo no trânsito
É notório que o tempo perdido no transporte é um desperdício. Do ponto de vista do PIB, o fato tantos serem obrigados a comprar carros e a utilizá-los em permanência – pela fragilidade dos serviços de transporte coletivo – aparece como conta positiva no cálculo do PIB, tanto pela produção de automóveis, como consumo de combustíveis, investimentos, acidentes e hospitalizações e assim por diante. Desde 2003 o Banco Mundial passou a descontar no cálculo da contribuição da produção automobilística para o PIB os custos gerados com saúde. No nosso caso, de forma mais ampla, consideraremos que os 6 milhões de pessoas que constituem a população economicamente ocupada da cidade, são penalizadas ao perder tempo no transporte, em que nem descansam, nem produzem, nem investem (a não ser os raros que por exemplo aproveitam o trânsito parado para estudar idiomas e atividades semelhantes). Uma hora perdida por 6 milhões de ativos, são 6 milhões de horas perdidas. Se calcularmos o valor da hora perdida em 3,30 reais, são 19,8 milhões de reais perdidos por hora.
De acordo com as pesquisas do movimento Nossa São Paulo, o paulistano ativo médio perde por dia duas horas e quarenta minutos no trânsito. Isto significa um custo-tempo de 52,8 milhões de reais por dia, o que representaria a dimensão do prejuizo causado à cidade pela ineficácia das suas opções de transporte. Outra forma de considerar este cálculo está ligada à política de investimentos. Se São Paulo perde, arredondando, 20 milhões de reais por hora de tempo perdido no trânsito, isto significa que se investimentos no metrô e corredores de ônibus economizarem meia hora por dia do nosso tempo, são 10 milhões de reais ganhos por dia. Como um quilómetro de metrô custa 200 milhões de reais em valores aproximados, isto significa que no cálculo do retorno sobre o investimento devemos levar em conta não só o retorno pelos bilhetes que as pessoas irão pagar, mas também as economias difusas para toda a sociedade. Com 10 milhões economizados por dia, só isto já cobre um quilómetro de metrô a cada 20 dias.
Não incluir este cálculo na avaliação dos investimentos significa fazer um cálculo errado. Do ponto de vista microeconômico é até correto, pois quem fizer o investimento acha que o que lhe interessa é apenas o dinheiro dos bilhetes que vai entrar, e as economias realizadas pelo conjunto da população não enchem o seu bolso. Mas do ponto de vista da produtividade sistêmica do território, a racionalidade geral torna-se mais elevada, pois o fato das pessoas desperdiçarem menos tempo e dinheiro em transporte melhora a situação de todos. Contabilidade incompleta é contabilidade errada.
O custo do desemprego
Uma outra forma de aproveitar a equivalência valor do tempo, é a avaliação do desemprego. Em São Paulo temos uma população ativa da ordem de 6 milhões de pessoas, com um desemprego aberto de 7% (critério IBGE), e um desemprego que inclui o desemprego por desalento da ordem de 14% (critério DIEESE). Este segundo critério é sem dúvida mais realista para uma economia como a nossa. 14% de 6 milhões são 840 mil desempregados. Independentemente dos custos humanos que isto significa, podemos avaliar, em horas de trabalho perdidas, o que isto significa como perdas para a cidade. Se calcularmos as perdas diárias como representando 8 horas de potencial trabalho não realizado, temos uma perda diária de 6,72 milhões de horas. Isto multiplicado por R$3,30 representa R$22,2 milhões desperdiçados por dia.
Do ponto de vista propositivo, quando se toma uma iniciativa de criação de serviços de manutenção urbana – saneamento básico, arborização, promoção de autoconstrução e reforma de habitações etc. – pago com salário mínimo, o custo de 22 milhões por dia se tranforma em investimento na qualidade de vida urbana. Já dizia Celso Furtado que quando a produção de uma pessoa e zero, qualquer atividade é lucro. Na realidade, tomar consciência de que cada hora perdida de atividade representa um custo, facilita a compreensão e aceitação das políticas de garantia do emprego. Assim atribuir um valor equivalente à hora do paulistano permite avaliar melhor como estamos gastando o dinheiro. A organização do processo de garantia do emprego não representa hoje maiores mistérios, política implementada na Índia durante 10 anos no Estado de Maharashtra, com bons resultados, e que hoje está sendo extendida para todo o país.
Nem todos irão querer trabalhar por um salário mínimo. Mas muitos desempregados com boa formação – e são muitos mesmo – podem ser absorvidos na educação e na saúde, coisa que hoje gera protestos porque estaria “inchando a máquina pública”. Na realidade, o desempregado custa, e tomar consciência de que nos custa mais de 20 milhões de reais por dia poderia levar a cidade a ser mais ativa em termos de promoção de emprego.
A contribuição dos voluntários
Uma outra forma de aproveitar a equivalência valor do tempo, é a avaliação do trabalho prestado por voluntários. Para muitos, trata-se de atividade pouco importante, “marginal” do ponto de vista econômico. O exemplo da Pastoral da Criança é neste sentido significativo. A Pastoral trabalha com 350 mil voluntários, e está na origem, nas regiões de atividade, de 50% da redução da mortalidade infantil e 80% da redução das hospitalizações. Em termos de contabilidade tradicional, esta atividade não é positiva: pelo contrário, ao reduzir o consumo de medicamentos, uso de ambulâncias e dias de hospitalização, reduz o PIB. E a atividade, como não é remunerada, não aparece no PIB como contribuição positiva. Se estimarmos o trabalho das voluntárias da Pastoral dedicado a crianças em 1 hora por dia, a R$3,30 a hora, podemos avaliar a contribuição da pastoral como equivalente a R$1.155.000 por dia.
Não temos estimativas do volume de horas de trabalho voluntário na cidade de São Paulo. Mas seguramente é muito significativo, e a sua avaliação através da equivalência hora permitiria ter uma aproximação muito mais realista do valor das atividades na cidade. De toda forma, este cálculo passará a equilibrar melhor as decisões políticas na cidade, inclusive porque o voluntariado se expande no país, com a expansão das organizações da sociedade civil que o utilizam intensamente.
A contribuição dos afazeres domésticos
Outro potencial importante da equivalência valor-hora encontra-se na sempre difícil avaliação do trabalho não remunerado nas famílias. No exemplo clássico, a pessoa que plantou, colheu e vendeu o pé de alface realizou uma atividade econômica, enquanto a pessoa que foi comprar na feira, transportou, lavou, preparou e serviu este mesmo alface não contribuiu para economia. Mais ainda, a pessoa que comprou, lavou, preparou e serviu este mesmo alface num restaurante contribui sim para economia. A dificuldade de se avaliar esta atividade é amplamente reconhecida. Mas avaliar o tempo de trabalho doméstico realizado nos domicílios é hoje uma tarefa relativamente simples, e familiar para os estatísticos que fazem, por exemplo, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Não é complexo fazer um levantamento por amostragem de quanto tempo as mulheres gastam na sua segunda jornada.
A Síntese de Indicadores Sociais 1996-2006, do IBGE, comenta que “com relação à jornada média semanal despendida em afazeres domésticos, verifica-se que as mulheres trabalham mais que o dobro dos homens nessas atividades (24,8 horas).”[6] Se estimarmos – enquanto não se realiza a amostragem correspondente para São Paulo – que vale para a cidade de São Paulo a média brasileira, podemos calcular o valor desta contribuição. O cálculo é simples: dos 11 milhões de pessoas da cidade, subtraimos 2,7 milhões de pessoas de menos de 15 anos, e 1,3 milhões de pessoas de mais de 60 anos, restando 7 milhões de adultos em idade de trabalho. A metade desta população representa 3,5 milhões de mulheres (seria um pouco mais na realidade, pela presença maior da população feminina, mas isso não muda significativamente o cálculo) que despendem 24,8 horas semanais, tres horas e meia por dia, em afazeres domésticos. Com o valor de R$3,30 por hora, 3,5 milhões de pessoas com trabalho de 3,5 horas por dia, são R$40,4 milhões de reais por dia. Como na família se come e se lava pratos inclusive aos domingos, multiplicando os R$40,4 por 365 dias, as mulheres da cidade de São Paulo contribuiriam com R$14,7 bilhões para a economia da cidade, a se acrescentar aos R$320 bilhões do PIB calculado pelo SEADE.
Perspectivas do valor equivalente do nosso tempo
Utilizar o valor equivalente da hora do nosso tempo pode ter outras utilizações. Por exemplo, perdemos tempo na fila do banco. Do ponto de vista do banco, a hora do funcionário é paga, a hora do cliente na fila é de graça. Portanto, compensa ter menos funcionários e mais filas. Na economia isto se chama externalização de custos. Há limites, evidentemente, e por vezes manifestações de indignação de clientes. Mas se os outros bancos adotam a mesma política, a maioria suspira de fila, ou contrata rapazes cuja profissão será ficar na fila. Não é complicado calcular, por agência, multiplicando as pessoas pelo tempo de espera, o valor perdido para todos, tempo em que não se descansa, e não se trabalha. E o rapaz fica na fila em vez de estudar, ou se divertir.
Um vetor semelhante de custos pode ser calculado a partir do tempo médio de espera pelo ônibus. Do ponto de vista da empresa transportadora, o ideal é ter um ônibus bem cheio, o que rentabiliza o trajeto. Portanto é bom demorar um pouco, para que o número de passageiros nos pontos aumente. O tempo médio perdido na espera pelo transporte coletivo pode ser calculado sem muita dificuldade, e multiplicado pelo valor equivalente da hora do paulistano. Ao se calcular a disponibilização de meios coletivos de transporte, a contabilidade correta exige portanto que se leve em consideração os custos sociais completos. Uma vez mais, o custo para o cidadão, em termos de tempo perdido, não sai do bolso da empresa, e o tempo ganho não o enche. A implicação evidente, é que não basta a soma do cálculo microeconômico das empresas, é preciso acrescentar a avaliação da produtividade sistêmica para a cidade no seu conjunto.
Seria de grande utilidade avaliar pelo critério do valor do tempo a produtividade dos sistemas públicos ou privados que envolvem as burocracias em geral. Para determinados impostos, calcula-se o custo/benefício dos diferentes impostos. Alguns geram mais trabalho para a administração pública do que os recursos gerados. Mas é preciso incluir também os custos para o cidadão, em termos de tempo perdido. Se multiplicarmos o número de contribuintes, e o tempo de preenchimento ou de filas, pelo equivalente valor básico da hora do cidadão, teremos o custo social da cobrança calculado de maneira mais correta. Determinados documentos ou procedimentos burocráticos exigem horas de espera. Isto é um custo. Ao aplicarmos a contabilidade das horas perdidas, poderemos verificar melhor a produtividade de se comprar equipamento mais avançado para reduzir as filas, ou simplificar impostos.
Os exemplos podem evidentemente ser multiplicados. Quanto vale o tempo de espera nos serviços de saúde? Quanto vale o tempo perdido pelo cidadão, mas não pela empresa, ao discar dezenas de vezes para um número onde atende uma voz misteriosa que nos informa que “a sua ligação é muito importante para nós”. Importante para o misterioso “nós”, mas evidentemente um custo direto para o bolso do usuário. Quanto custa o serviço que solicitamos, e que será atendido “em horário comercial”, em que temos de ficar em casa esperando? Porque o tempo dos fornecedores não pode ser desperdiçado, o nosso sim. O telemarketing calcula os seus custos em termos de funcionários e de tarifas telefônicas. E o tempo perdido por milhões de potenciais clientes? Apenas uma proporção ínfima das chamadas resultará em venda, e por isso as chamadas devem ser aos milhões. Alguns minutos de milhões de pessoas representam um custo de tempo perdido – sem falar da irritação – muito significativo. Outras formas de publicidade, em particular o “spam”, representam mundialmente centenas de milhões de horas perdidas apagando bobagens, e sendo distraídos do que estamos fazendo, com perda de produtividade geral. O custo da saúde será mais completo ao incluirmos os dias perdidos de trabalho com doenças. Levar em conta este custo do tempo tornaria muito mais clara a produtividade de se investir na saúde preventiva.
Particular atenção deverá ser dada aos cálculos que realizamos sobre a redução da jornada de trabalho. Nos cálculos dos opositores, como consideram sem valor a hora fora do trabalho comercialmente remunerado, assegurar as quarenta horas semanais, e portanto dois dias plenos de descanso para os trabalhadores, representaria uma queda de produção. Naturalmente, porque não consideram como tendo valor o tempo passado com a família, o merecido descanso, o lazer. Na realidade, o cálculo que fazem é errado inclusive no plano estritamente microeconômico, pois onde foi introduzida, a redução da jornada expandiu outras atividades econômicas mais ligadas a lazer, cultura, esportes e semelhantes. Mas na metodologia que aqui focamos, aumentar o lazer não reduz a produção, pois passamos a calcular o valor da hora livre como valor também para a população.
Uma metodologia em definição
Optamos aqui pelo mais simples: o valor do PIB dividido pela população nos dá o PIB per capita anual. Dividindo este pelas horas do ano, obtemos o valor per capita da hora. Mas podemos pensar em contas diferentes. Steven Davis, nos Estados Unidos, partiu do valor médio do salário horário, descontados os impostos, e atribuiu este valor à hora de lazer, algo como 13,2 dólares. Um ganho de 5 horas de lazer por semana significaria 3.300 dólares por trabalhador e por ano.[7] O importante, em termos metodológicos, é a cifra ser claramente compreensível por não especialistas. O per capita anual é uma cifra compreensível e assimilada pelo grosso da população. O per capita por hora é igualmente transparente. Poderíamos utilizar como divisor apenas a população ativa em vez da população total, ou as horas médias de trabalho em vez das horas totais do ano – o que causa problemas porque estamos avaliando as horas totais, incluindo em particular o tempo livre. Isto não mudaria o sentido geral da avaliação, e apenas dificultaria a compreensão.
Por outro lado, a metodologia aponta para a importância de realizarmos regularmente pesquisas sobre o uso do tempo na sociedade. No plano internacional, são os estudos do time budget, que ainda falta introduzir no Brasil. Trata-se do nosso bem mais precioso, o tempo da nossa vida. Entender como o utilizamos, e o custo do seu desperdício, é essencial para começarmos a organizar as nossas atividades em torno à qualidade de vida, e atualizarmos as nossas contas.
[1] Expandimos aqui uma categoria desenvolvida no capítulo A Economia do Tempo, no nosso ensaio Democracia Econômica, Ed. Vozes, Petrópolis 2009
[2] John Maynard Keynes – Economic Possibilites for our Grandchildren – (1930), in Essays in Persuasion, W.W. Norton, New York, London, 1963, p. 358 e ss. No original, “The love of money as a possession – as distinguished from the love of money as a means to the enjoyments and realities of life – will be recognised for what it is, a somewhat disgusting morbidity, one of those semi-criminal, semi-pathological propensities which one hands over with a shudder to the specialists in mental disease”. (p. 369).
[3] O clássico sobre o tema é o livro de Guy Aznar, Trabalhar menos para trabalharem todos - prefácio de André Gorz. Keynes já se insurgia contra “a enorme anomalia do desemprego num mundo cheio de necessidades”.
[4] Dados da Fundação Seade, www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php, Perfil Municipal, São Paulo.
[5] O próprio PIB está sendo reavaliado nos mais variados fóros. Sobre as insuficiências do PIB, ver o nosso O debate sobre o PIB: Estamos fazendo a conta errada, http://dowbor.org/09_pibestamosfazendoacontaerrada.doc
[6] Ver os dados na Sintese de Indicadores Sociais 1996-2006 do IBGE, gráfico 4.1, e páginas seguintes, doc. s.p. – O documento completo, Síntese de Indicadores Sociais 2007 – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2007 – está disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf Sobre as tendências de desagregação da família, ver o nosso artigo Economia da Família, sob Artigos Online no site www.dowbor.org