CLAUDIO ANGELO
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, reabriu na terça-feira o debate sobre o Código Florestal ao nomear um grupo de 14 membros para debater a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
O trabalho da chamada câmara de negociação deve causar o adiamento da votação da lei em plenário. A bancada ruralista queria que isso acontecesse ainda neste mês, mas, segundo Maia, a discussão não tem prazo. "Março é apenas uma data de referência", afirmou o deputado à Agência Brasil.
A câmara terá quatro deputados ruralistas e quatro ambientalistas.
Do lado ruralista, comporão o comitê Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Paulo Piau (PMDB-MG), Luís Carlos Heinze (PP-RS) e Assis do Couto (PT-PR). Os ambientalistas serão representados por Sarney Filho (PV-MA), Márcio Macedo (PT-SE), Ricardo Trípoli (PSDB-SP) e Ivan Valente (Psol-SP).
A câmara de negociação é informal e tem o objetivo de resolver as diferenças entre ruralistas e ambientalistas que polarizaram o debate sobre o código --como a questão da anistia de multas a quem desmatou até julho de 2008, proposta por Aldo Rebelo, e a extensão das áreas de preservação permanente.
"Vamos ver o que é possível consensuar", disse Heinze. "A nossa pauta [tópicos essenciais para a bancada] estará entregue logo depois do Carnaval. Se dependesse deles [ambientalistas], não se votava nunca."
O ambientalista Alfredo Sirkis (PV-RJ) disse ter estranhado composição da comissão. "Era fundamental ter um componente científico, representantes da SBPC e do Inpe", afirma. "Estou achando que houve uma série de manobras estranhas para esvaziar o que seria uma boa ideia."