10 de março de 2011 | 0h 00
Lisandra Paraguassu - O Estado de S.Paulo
Na entrevista de apresentação da campanha, o secretário-geral da CNBB, d. Dimas Lara Barbosa, acrescentou que o petróleo brasileiro pode atrair a cobiça de outros países. "A primeira vez que ouvi falar no petróleo do pré-sal tive uma sensação muito ruim. Pensei que temos água e temos óleo. Ou estamos feitos ou estamos fritos."
A CNBB também critica o agronegócio, atividade que, avalia o secretário executivo da campanha, padre Luiz Carlos Dias, "não está preocupada com a natureza". O agronegócio, diz a CNBB, desperdiça 70% da água doce do planeta e contamina mares e rios com fertilizantes. "Mais de 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa vêm de agricultores familiares. Ainda assim, a pressão do agronegócio para aumentar as fronteiras agrícolas é enorme", afirmou o padre.
A campanha da fraternidade é repassada para todas as paróquias católicas do País. Seu tema anual é usado em sermões durante as missas e discutido em encontros de fiéis e nas atividades das pastorais. "Pode-se perguntar: o que o cidadão comum pode fazer? Um exemplo são as enchentes em São Paulo, que poderiam ser minimizadas se não houvesse aquela massa de detritos nos rios", afirmou dom Dimas.
Mutirão. Em São Paulo, o cardeal-arcebispo d. Odilo Scherer afirmou que a defesa do meio ambiente deve ser um compromisso de todos. "A Campanha da Fraternidade é um grande mutirão em todo o País, pois atinge todas as pequenas comunidades." O texto divulgado pelo episcopado aconselha a população a adotar atitudes menos poluentes, como a opção por carros movidos a gás ou a etanol e a substituição do papel por tecnologia digital. / COLABOROU JOSÉ MARIA MAYRINK