Coletânea de artigos selecionados por sua veracidade e importância para as questões ambientais no Brasil e no Mundo.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
O valor econômico do tempo livre [1]
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Transformação pela inovação
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Se o Brasil quiser construir um novo projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, para a indústria, para a agricultura e para os próprios padrões culturais da sociedade, em todos os casos, a inovação deverá ser o eixo central da transformação.
A análise foi feita pelos participantes da plenária de abertura da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que começou nesta quarta-feira (26/5), em Brasília.
Com o tema "Política de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação com vistas ao desenvolvimento sustentável", o evento reúne milhares de participantes até a sexta-feira (28/5).
A plenária de abertura discutiu o eixo central da reunião: como o avanço do conhecimento e da inovação pode se tornar o vetor fundamental do desenvolvimento econômico com preservação dos ativos ambientais e
melhoria na qualidade de vida.
De acordo com Bertha Becker, professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Amazônia – área estratégica para o país e modelo por excelência para o estudo dos conflitos entre preservação ambiental e crescimento econômico – tem hoje duas propostas de projetos de desenvolvimento sustentável.
"Um desses projetos, que está associado às mudanças climáticas, tem predominado. Sua prioridade é evitar a emissão de gases de efeito estufa e implementar o mercado de carbono. Esse projeto defende a preservação da floresta em pé, financiando a renúncia ao desmatamento. É uma ideia que parece sedutora, mas questiono fortemente esse projeto, pois ele mantém a floresta improdutiva. É basicamente um projeto de compensação para países desenvolvidos que poderão continuar sendo os maiores emissores", disse.
O outro projeto, segundo a pesquisadora, entende o desenvolvimento sustentável como um novo padrão de desenvolvimento baseado na ciência, na tecnologia e na inovação.
"O desafio, nesse caso, é utilizar os recursos naturais sem destruí-los, gerando emprego e renda para os milhões de habitantes da região. Para isso, vamos ter que mudar o padrão de desenvolvimento da Amazônia. Só conseguiremos isso com políticas públicas e imensos investimentos em ciência e inovação", destacou.
Segundo Bertha, na atualidade o papel dos cientistas se tornou mais complexo: além de pesquisar, descobrir, inovar e implementar técnicas avançadas, o cientista contemporâneo precisa esclarecer a sociedade sobre
as rápidas transformações no mundo.
"Caberá à sociedade acarear esses dois projetos e essa acareação deverá levar em conta o extraordinário valor da Amazônia. Os cientistas precisam deixar isso claro", disse.
De acordo com o coordenador da plenária de abertura, Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e conselheiro da FAPESP, a ciência e a inovação têm uma missão ainda maior que o estabelecimento de uma economia sustentável. Será preciso contribuir com a construção de um novo modelo de sociedade.
"Nos últimos anos, o sistema financeiro se tornou uma finalidade em si e desvirtuou os investimentos em tecnologia. Tivemos uma concentração do risco e, mesmo tendo avaliações prévias de que haveria um colapso financeiro, não fomos capazes de impedi-lo. Não estamos diante de uma mera crise financeira: uma análise mais profunda revela uma crise do padrão de convivência da sociedade contemporânea", afirmou.
Segundo o também professor das Faculdades de Campinas, a crise estrutural do modelo construído nos últimos 60 anos e radicalizado na década de 1980 gerou ao mesmo tempo uma escalada do consumo e da desigualdade.
"O Brasil é quase uma exceção, já que conseguiu fazer o mínimo para reduzir a desigualdade. Mas estou assustado com a degradação cultural da sociedade. Basta olhar os fóruns na internet para ter noção do grau de isolamento e agressividade das pessoas que se manifestam anonimamente. Isso não está dissociado do meio ambiente – esse comportamento faz parte de um padrão civilizatório que precisa ser mudado", afirmou.
Para pensar em inovação e desenvolvimento, segundo Belluzzo, será preciso cuidar do aperfeiçoamento cultural dos brasileiros e da inclusão social e cultural dos jovens da periferia.
"Estamos, aqui falando de inovação, mas é preciso destacar que a inovação precisa começar pela base cultural e educacional", disse, sob aplausos da grande plateia presente.
Recursos naturais
Segundo Pedro Luiz Barreiros Passos, presidente do Instituto de Educação e Inovação (Iedi), a economia do Brasil vive um bom momento, mas ainda está baseada em exportação de recursos naturais, em vez de produtos manufaturados com alto valor agregado.
"Enfrentamos a crise financeira com muita inteligência, mas, além do rico patrimônio natural, social e cultural, precisamos criar elementos para a exploração das vantagens comparativas do país, seja energia renovável,
a forte produção agrícola ou uma nova cadeia como a do pré-sal", disse.
De acordo com Passos, além dos recursos naturais o Brasil tem vantagens de curto prazo, como a janela demográfica, que permitirá ao país ter uma população economicamente ativa relevante, formando em pouco tempo imensa força de trabalho e um novo mercado interno.
"Temos a oportunidade de fazer uma transição para uma economia de baixo carbono, com aumento da eficiência energética e do transporte. Para isso, os padrões do uso de transportes terão que mudar, de forma associada aos investimentos nas tecnologias de bioenergia, novos materiais e processos produtivos. Mas temos que ser ambiciosos e buscar a liderança mundial em bioenergia, química verde, alimentos sustentáveis e outras áreas que são nossa vocação", disse.
José Geraldo Eugênio de França, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, destacou que o Brasil passou por uma revolução verde e, hoje, a agricultura representa quase um terço da economia do país,
empregando 40% da população.
O país, segundo ele, tem um dos mais baixos preços de alimentos do mundo. Mas a ambição deve ser levada mais longe, pois há potencial para se tornar o primeiro produtor mundial de alimentos.
"Já estamos na terceira colocação, tendo ultrapassado o Canadá recentemente. A grande questão é chegar a esse objetivo adotando o princípio do respeito ao meio ambiente e à sustentabilidade. Estamos convencidos de que podemos fazer isso", afirmou.
Segundo França, os pesquisadores são responsáveis pelo redesenho de uma nova agricultura menos dependente dos insumos, com maior produtividade baseada na biotecnologia e na nanotecnologia.
"Hoje, temos 8 milhões de hectares de cana-de-açúcar que não empregam inseticidas e 22,5 milhões de hectares de soja com uso de bactérias no lugar do nitrogênio mineral. Assim como a China escolheu ser a fábrica do mundo, podemos nos tornar o grande produtor de alimentos, matérias-primas e biocombustíveis. Mas não há como fazer isso sem muita ciência e sustentabilidade", disse.
Mais informações sobre a 4ª CNCTI: www.cgee.org.br/cncti4
terça-feira, 18 de maio de 2010
Uma defesa da idoneidade cientifica das crenças de Marina
Lynn Margulis, a autora da aclamada teoria da endosimbiose, repeliu elogio tardio do estridente Richard Dawkins (que combateu com cruz e estaca essa teoria desde o seu surgimento, mas que capitulou depois que a biologia molecular a demonstrou verdadeira), com uma frase no seguinte teor: "a historia registrarah os neo-darwinistas (aqueles que classificam qualquer questionamento sobre evolucao e selecao natural como heresia criacionista) como um secto religioso que tomou a biologia de assalto no seculo XX e impediu por decadas o desenvolvimento real da biologia".
Toda estas afirmacoes histrionicas contra a Marina tem coloracao persecutoria, comportamento de massa, pouca substancia biologica exposta e substanciada, como requer a boa ciencia. Afirmar com superioridade arrogante que alguem que cre em algo ainda nao completamente compreendido ou demonstrado (como o surgimento da vida no planeta, diferenciacao na embriogenese, etc) nao deve ser levado a serio eh desmerecer o proprio carater investigativo da ciencia. Cada cientista serio comeca sua investigacao por pistas sutis e suspeitas, usando intuicao, ou simplesmente se baseando em crença numa realidade ainda desconhecida ou nao provada. Soh aqueles dedicados a perseguir, como no tempo da inquisicao, aqueles que nao contribuem com nenhum conhecimento realmente novo para a humanidade, tem tempo para patrulhamento.
A Marina defende uma postura perfeitamente coerente com os ideais cientificos, ou seja, o que esta demonstrado e eh plenamente compreendido faz parte do repertorio das conviccoes. O que nao estah nem demonstrado nem eh compreendido, pertence ao campo das crenças, inclusive no ambito cientifico. E para terminar, uma citacao do proprio Darwin:
"I cannot anyhow be contented to view this wonderful universe, and especially the nature of man, and to conclude that everything is the result of brute force. I am inclined to look at everything as resulting from designed laws, with the details, whether good or bad, left to the working out of what we call chance. Not that this notion at all satisfies me. I feel most deeply that the whole subject is too profound for the human intellect. A dog might as well speculate on the mind of Newton. Let each man hope and believe what he can." [tradução: Eu não posso de qualquer forma estar contente ao ver este universo maravilhoso, e especialmente a natureza do homem, e concluir que tudo é resultado de força bruta. Estou inclinado a olhar para tudo como resultado de leis desenhadas, com os detalhes, sejam boms ou maus, deixados para a elaboração do que chamamos de acaso. Não é que este conceito absolutamente me satisfaça. Sinto o mais seriamente que este assunto é demasiadamente profundo para o intelecto humano. Um cão pode muito bem especular sobre a mente de Newton. Deixe que cada homem tenha a esperança e acredite no que ele puder.]
— Charles Darwin Letter to Asa Gray (22 May 1860). In Charles Darwin and Francis Darwin (ed.), Charles Darwin: His Life Told in an Autobiographical Chapter, and in a Selected Series of His Published Letters (1892), 236.
É Marina ou statu quo
José Eli da Veiga
A candidatura Marina será uma ferramenta à disposição dos eleitores que desejarem estimular avanços incomparavelmente mais sérios e conseqüentes do que poderiam ser alcançáveis com outros postulantes.
E isso independe do infeliz cacoete “mas ela não tem chance”. Mesmo que porventura não vença, quanto mais votos atrair maior será a influência de suas posições sobre as opções do próximo governo, seja lá quem chegar à presidência.
A única vantagem de eleição em dois turnos é justamente esta: poder apoiar no primeiro quem aponta o caminho mais promissor. Só no segundo é que muita gente se verá forçada a usar seu voto para evitar o que considera pior.
Claro, esse não é um argumento que possa sensibilizar aquela imensa parte do eleitorado que se define em função de motivações bem diferentes. Aquela parte que mal assistirá aos espetáculos que lhe serão oferecidos pelo duopólio do horário eleitoral de televisão. E que menos ainda se empenhará em entender o que poderia haver de tão especial nos propósitos daquela falante moreninha de voz aguda. Mesmo que muitos venham a guardar seu nome, talvez nem fiquem sabendo que exerceu dois mandatos no Senado e foi ministra do governo Lula.
Todavia, também há eleitores que farão de tudo para basear sua escolha em serena avaliação do que poderá ser melhor para o futuro da sociedade brasileira. Mesmo que em minoria nas urnas, certamente serão eles os que depois mais contribuirão para o bom funcionamento cotidiano das instituições democráticas. Por isso, o maior prejuízo para a sociedade ocorrerá se o debate público entre os candidatos impedir que essa faixa o eleitorado perceba a real diferença que existe entre a candidatura de Marina e as demais.
Os pré-candidatos que despontam como favoritos nas pesquisas falarão de sustentabilidade, mas seus currículos de gestores governamentais atestam que sequer assimilaram seu beabá. Sempre optaram pela turbinagem do PIB como objetivo supremo de suas ações, pois têm a convicção de que o desenvolvimento é diretamente proporcional a essa obsoleta maneira de se medir o crescimento da economia. O que necessariamente os obriga a encarar a natureza como eterno obstáculo, ou restrição, jamais como base, ou fundamento, de soluções.
A trajetória política de Marina levou-a a uma posição diametralmente oposta. De um lado, por ter muito cedo percebido que o desenvolvimento depende é da eficiente utilização pela sociedade dos frutos de seu desempenho econômico, algo que é precariamente avaliado pelo PIB. De outro, por também ter entendido que tanto crescimento econômico quanto o desenvolvimento humano terão pernas curtíssimas se comprometerem a resiliência dos ecossistemas. Seja pela falta geral de conservação, como, em alguns casos, de preservação. Foi essa ampla consciência que fez da responsabilidade socioambiental seu guia supremo de ação.
Ao contrário, será no altar dedicado ao PIB que os dois pré-candidatos mais cotados sacrificarão quaisquer cuidados com a proteção da natureza. Ambos idolatram acima de tudo a aceleração do crescimento porque são prisioneiros do mesmíssimo DNA ideológico social-democrata, por mais que na atual conjuntura brasileira discordem aqui e ali sobre quais seriam seus melhores métodos, ou suas melhores práticas.
Ainda mais decisivo: continua a ser o ideário social-democrata o que melhor atende aos três principais grupos sociais favoráveis à manutenção do statu quo: dos empresários que bancam campanhas eleitorais para obter muito mais do que o legitimado por suas contribuições para o bom desempenho da economia nacional; dos sindicalistas facilmente cooptáveis por dependência de transferências públicas; e dos próprios políticos que jamais seriam eleitos sem festivais de benesses federais.
Como essas bases sociais continuam mais poderosas do que os simpatizantes das inúmeras associações voltadas à sustentabilidade, só pode ser pequena a probabilidade de que saia derrotada em outubro de 2010 a irresponsabilidade socioambiental comum aos atuais favoritos. Daí a importância de que no primeiro turno vote mesmo em Marina quem concorda com sua corrente por democracia e sustentabilidade, sejam quais forem suas sensibilidades sobre os candidatos do statu quo.
Se, ao contrário, adeptos da responsabilidade socioambiental forem ofuscados por antipatias que antecipem o segundo turno, sairá reforçada a truculência que obrigou Marina a deixar do governo Lula, e que acaba de ter emblemática confirmação no caso de Belo Monte. O próximo governo estará inteiramente à vontade para - por exemplo - conduzir da mesma maneira o licenciamento e leilão das 33 outras usinas já planejadas.
Enfim, dia 3 de outubro é Marina ou statu quo.
JOSÉ ELI DA VEIGA, professor titular da Faculdade de Economia (FEA) e orientador do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo. Página web: www.zeeli.pro.br
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Sobre o programa eleitoral do PT na TV
Enviado por: Marcia
PORQUE ELA (Dilma Roussef) NAO OLHA DE FRENTE A POPULAÇÃO? a resposta é bem simples …..SEUS OLHOS MOSTRARIAM A VERDADE
http://blogs.estadao.com.br/vox-publica/2010/05/14/propaganda-do-pt-revela-preocupacoes-com-discurso-e-imagem-de-dilma/
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Cientistas brasileiros são premiados internacionalmente
Carlos Nobre e José Marengo, do Inpe, foram vencedores por seus trabalhos ligados a mudanças climáticas
Marengo é membro do conselho editorial do Internacional Journal of Climatology, considerada uma das mais importantes publicações do mundo na área. Publicou cerca de 10 artigos na revista, como autor principal e coautor, que enfocam, principalmente, estudos sobre o clima e o tempo na região tropical da América do Sul. O pesquisador receberá um certificado e um prêmio em dinheiro, que serão entregues no dia 19 de maio, em Londres, durante evento organizado pela sociedade.
Carlos Nobre, que é chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe e também é coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, foi premiado com a Medalha Alexander von Humboldt, concedida pela European Geosciences Union (EGU).
A medalha, que foi entregue no dia 5 durante a Assembleia Geral da EGU realizada em Viena, na Áustria, foi concedida em reconhecimento aos trabalhos do pesquisador sobre as florestas da Amazônia e seu papel no sistema climático da Terra. O EGU publica vários periódicos importantes como Journal Earth System Dynamics e Journal Solid Earth.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
'Meio mundo pode ficar inóspito com mudança climática', diz estudo
Brasil é apontado o maior destruidor ambiental no mundo
Considere o quanto um país prejudica o meio ambiente nos seguintes quesitos: desmatamento, pescaria predatória, uso de fertilizantes agrícolas, poluição da água, emissão de carbono, ameaça de espécies animais e alterações de ambiente (quando áreas naturais são convertidas em campos agrícolas ou cidades). Somando todas essas coisas, o Brasil é o país que mais maltrata o meio ambiente
Foi o que concluíram cientistas do Instituto Ambiental da Austrália, em Adelaide. Eles criaram duas classificações: uma para números relativos, em que foi feito um cálculo considerando as áreas naturais de um país e a porcentagem de danos causados. A outra, na qual o Brasil foi eleito o maior vilão, trata de números absolutos.
A pesquisa concluiu que, em linhas gerais, quanto mais rico é o país, maior é a sua agressão ao meio ambiente. Segundo o coordenador da pesquisa, eles sofreram uma decepção: “Esperávamos que um país rico pudesse diminuir seu impacto ambiental, já que teria acesso a tecnologias mais limpas, mas infelizmente isso não foi confirmado”.
Mas vamos lembrar de dois aspectos. O primeiro é que, de acordo com os pesquisadores, o estudo analisou os impactos ambientais exclusivamente, sem se preocupar com aspectos sócio-econômicos.
Outro fato é que o resultado da pesquisa é um conjunto de todos os quesitos. Assim, não significa que o Brasil seja o “campeão mundial” de agressão em todos eles. Sabe-se que em alguns, como o desmatamento, somos de fato os maiores destruidores, mas na emissão de carbono, por exemplo, há países que poluem mais do que nós. Confira a lista dos “dez mais” em ambos os quesitos:
Números absolutos
1 - Brasil
2 - Estados Unidos
3 - China
4 - Indonésia
5 - Japão
6 - México
7 - Índia
8 - Rússia
9 - Austrália
10 - Peru
Números relativos
1 - Cingapura
2 - Coréia do Sul
3 - Catar
4 - Kuwait
5 - Japão
6 - Tailândia
7 - Bahrein
8 - Malásia
9 - Filipinas
10 - Holanda
[Live Science]
http://www.revistadae.com.br/
terça-feira, 11 de maio de 2010
Amazônia já perdeu 17% de sua floresta
O Brasil é citado positivamente no relatório do Pnuma por dois motivos: ter sido o país que mais criou áreas protegidas no mundo desde 2003 (foi responsável por quase 3/4 do total) e ter conseguido reduzir a taxa anual de desmatamento da Amazônia. O estudo lembra que o pico da taxa de desmate foi de 27 mil km² em 2003-2004 e, no período 2008-2009, foi de 7 mil km².
“Alguns países demonstram que, com determinadas ações, tendências históricas podem ser revertidas”, diz o documento.
Porém, o País ainda é alvo de muitas preocupações, principalmente no que se refere à floresta amazônica. “Imagens de satélite sugerem que uma área crescente da Amazônia está sendo degradada”, diz o relatório.
Colapso
No Brasil, o desmate da Amazônia já atingiu 17% do total. Estudos indicam que é importante manter o desflorestamento abaixo dos 20% para evitar um colapso. Segundo o documento, com a interação entre desmatamento, queimadas e mudanças climáticas, a Amazônia pode sofrer um colapso generalizado – haveria a ocorrência de fogos mais frequentemente e secas prolongadas.
Esse colapso pode provocar a savanização da floresta em algumas áreas, levar a reduções de chuvas regionais, comprometer a agricultura e a produtividade no País.
O Pnuma avalia ser uma medida “para garantir a segurança”, tendo em vista esse cenário negativo, iniciar programas de restauração da floresta amazônica.
Desmatamento e degradação florestal custam até US$ 4,5 tri ao ano
11 de maio de 2010, Afra Balazina - O Estado de S. Paulo
Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alerta para os impactos econômicos da perda da biodiversidade no mundo. Em âmbito global, os desmatamentos e a degradação florestal geram um custo anual entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões (R$ 3,6 trilhões e R$ 8,2 trilhões) – para se ter uma ideia, o valor é maior do que os prejuízos provocados pela recente crise financeira mundial.
Chamado de Terceiro Panorama Global de Biodiversidade, o estudo do Pnuma demonstra também que espécies invasoras (que podem competir com espécies nativas e danificar plantações) podem custar para a economia global US$ 1,4 trilhões (R$ 2,5 trilhões) ou mais. Somente na África subsaariana, os invasores são responsáveis por perdas anuais que somam US$ 7 bilhões (R$ 12,8 bilhões).
“Muitas economias continuam cegas para o enorme valor e papel da diversidade de animais, plantas e outras formas de vida num ecossistema saudável e funcional de florestas e água para solos, oceanos e a atmosfera”, diz Achim Steiner, diretor executivo do Pnuma.
Alguns países começam devagar a perceber a importância econômica da biodiversidade. Porém, segundo as Nações Unidas, as iniciativas precisam ganhar escala mais rapidamente.
A plantação e proteção de cerca de 12 mil hectares de mangues no Vietnã teve um custo de aproximadamente US$ 1 milhão (R$ 1.8 milhão), mas economiza gastos anuais em manutenção de diques de mais de US$ 7 milhões (R$ 12,8 milhões).
Ja a China permitiu por mais de 40 anos a destruição de florestas para obter madeira para construção civil e a fabricação de móveis. Porém, o país começou a enfrentar um grave problema de desertificação, viu o Rio Amarelo praticamente morrer e passou a sofrer com enchentes devastadoras – em 1998, uma dela causou danos de bilhões de dólares.
O país decidiu, então, banir o desmatamento em 17 províncias. “Os chineses perceberam que estavam prejudicando a si mesmos, principalmente porque o produto era, em grande parte, exportado para países como Estados Unidos, Japão e Coreia”, diz Pavan Sukhdev, do Pnuma. Segundo ele, o custo real da madeira seria 129% maior do que o comercializado se os danos ambientais fossem considerados.
Em sua opinião, as empresas têm papel fundamental para evitar a perda da biodiversidade hoje. Segundo Sukdev, há oportunidades nessa área de negócios sustentáveis: a venda mundial de alimentos orgânicos, por exemplo, teve um aumento de 203% entre 1999 e 2007 e inclui empresas como Carrefour e WalMart. Ele prepara um relatório para apresentar a executivos de médias e grandes empresas sobre o tema.
Extinção
O relatório indica que 42% das espécies de anfíbios e 40% das de aves estão com sua população em declínio. Afirma ainda que a população de espécies de vertebrados caiu, em média, 31% globalmente entre 1970 e 2006.
Uma queda severa ocorreu nos trópicos (59%), enquanto houve um aumento da população das espécies de locais temperados, onde quase não ocorrem mais desmatamentos para fazer pastagens e plantações.
O estudo aponta cinco principais pressões para a biodiversidade atualmente: a perda e a degradação dos hábitats (que são convertidos em plantações e, mais recentemente, para produzir biocombustível), as mudanças climáticas, a poluição, o uso insustentável (super exploração) e, por fim, as espécies invasoras.
Em uma amostra de 57 países foram encontradas mais de 542 espécies invasoras com algum impacto para a biodiversidade – uma média de 50 por país. O número provavelmente está subestimado, já que há muitos impactos que ainda não foram examinados e muitos países têm falta de dados.
Tópicos: Planeta, Sustentabilidade, Vida, Biodiversidade, Desmatamento, Degradação florestal, Onu, Aves, Anfíbios, Vida &, Planeta
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Política:
"Poli "uma palavra latina que significa 'muitos' e 'tica' significando "criatura sanguessuga" Robin Williams
http://www.buzzle.com/articles/sarcastic-sayings-about-life.html
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Materia na Veja é uma Farsa: Os reais números da Conservação
Estudo ainda inédito coordenado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), previsto para sair em breve em publicação científica, traz à luz novos números sobre as áreas agricultáveis ou disponíveis para uso no Brasil. O trabalho mostra que, de toda vegetação natural (537 milhões de hectares), nos vários biomas, 43% estão em áreas protegidas (APP e unidades de conservação). Isto é, atualmente o país possui 57% de vegetação natural (308 milhões de ha) que podem ser destinados à criação de novas Unidades de Conservação, alocação de reservas legais ou acabarem sendo desmatadas.
Os números, apresentados na segunda-feira (3), em São Paulo, a um grupo de jornalistas, se contrapõem aos dados mostrados pela revista Veja desta semana, no texto “A farra da Antropologia oportunista”. A matéria garante que, somente em reservas e áreas de preservação ambiental (Unidades de conservação e Terras Indígenas), o Brasil possui 550 milhões de hectares demarcados . “Realmente não sei de onde a Veja tirou esse número”, diz o pesquisador Gerd Sparovek, um dos autores do estudo.
O levantamento dos dados foi realizado durante um ano e meio pela Esalq em conjunto com a universidade sueca Chalmers University of Tecnology, com apoio do Instituto e Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), WWF-Brasil e MDA. Ele se soma às pesquisas científicas que provam que não é necessário derrubar mais nenhum hectare de vegetação nativa para expandir a agricultura no país. A falta de terras é o principal argumento da bancada ruralista no Congresso para a flexibilização do Código Florestal.
Uma das idéias principais que o artigo é de que o Pacto do Desmatamento Zero é viável e urgente, justificado pelo fato de que “a produção agropecuária não depende de desmatamento para expandir sua área de produção e/ou sua produtividade”. Segundo o levantamento, os agricultores têm disponíveis 60 milhões de hectares em pastagens extensivas com alta aptidão para a agricultura, área que, se utilizada, iria mais do que dobrar a capacidade de expansão do setor. Atualmente, a média da pecuária na Amazônia é de apenas um boi por hectare.
Segundo o documento, a conservação da vegetação natural no Brasil passa “necessariamente por uma revisão (re-invenção) do setor de produção pecuária” e pelo fortalecimento da presença do Estado na criação e manutenção de UCs de domínio e gestão pública, as que se mostraram mais eficientes do ponto de vista da conservação. Os 175 milhões de hectares que estão em UC´s e Terras Indígenas têm 97% de eficácia; já nos 375 milhões de hectares que estão no setor privado, na forma de Áreas de Proteção Permanente (APPs) e Reserva Legal (RL), a garantia de proteção é muito menor – 43% das APPs e pelo menos 17% da necessidade total de RL ( 254 milhões de ha) terão de ser supridos por restauração. (Cristiane Prizibisczki)